Pernambuco terá “Cidade da Copa”, com previsão de conclusão em 2025

Vinicius Segalla

24 de agosto de 2011

A Arena Pernambuco, que está sendo construída no município de São Lourenço
da Mata, no Grande Recife, para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014,
é um estádio amplo, moderno e sustentável. Com 129 mil metros quadrados
e capacidade para 46 mil pessoas, a arena terá estacionamento para 6.000
carros, sistema de reaproveitamento de águas pluviais, células fotovoltaicas
de captação de energia solar e até quatro turbinas eólicas para suprir
o sistema de ar condicionado.

Mas é no terreno do entorno, de 240 hectares (equivalente a 300 campos
oficiais de futebol) e disponibilizado pelo governo pernambucano à Construtora
Oderbrecht, que será erguido o mais ousado projeto urbanístico inspirado
no evento internacional de futebol. Trata-se de uma espécie de bairro inteligente
que, quando for concluído, terá 7.000 residências, um campus universitário,
museu, teatro, um ginásio (arena indoor), hotéis, centro de convenções,
shopping center e escritórios comerciais e empresariais. O nome do projeto:
Cidade da Copa. O investimento: R$ 2 bilhões. O prazo de conclusão: 2025.

Em 2014, quando a Copa acontecer, espera-se que estejam prontos o estádio
(a previsão é dezembro de 2012) e alguns “elementos âncora”, como parte
do centro de convenções, o shopping center e, havendo investidores interessados,
um hotel com 300 quartos. “Mas o estádio não estará em meio a um canteiro
de obras durante a Copa”, garante Marcos Lessa, diretor-presidente do Consórcio
da Cidade da Copa. Segundo ele, todas as atividades construtivas serão
interrompidas durante o torneio, e não será perceptível que, naquela localidade,
está-se construindo uma nova cidade. “O turista terá acesso a uma série
de atrações que já estarão prontas, mas só tomará conhecimento da grandiosidade
do investimento residencial e empresarial através dos stands que instalaremos”,
diz o executivo.

O empreendimento está sendo construído em esquema de PPP (parceria público-privada)
entre o governo pernambucano e o consórcio. Este, por sua vez, é formado
pela construtora Oderbrecht e pela Odebrecht Participações e Investimentos,
o braço incorporador da empreiteira baiana. ? ela quem será responsável
pelo loteamento do bairro e pela comercialização dos terrenos, casas e
apartamentos residenciais e comerciais.

A empresa não divulga o VGV (Valor Geral de Vendas), mas apenas a venda
dos imóveis residencias deve gerar R$ 400 milhões, considerando o preço
médio do metro quadrado em Recife. Quanto ao estádio, o custo é de R$ 532
milhões, incluindo financiamento de R$ 280 milhões do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social). O restante do investimento será
feito pela Oderbrecht e seus eventuais parceiros.

Segundo o consórcio, a área de aproximadamente 50 hectares onde está sendo
construída a arena é uma concessão e volta ao Estado em 33 anos. Dos 240
hectares restantes, seis serão destinados à instalação futura de equipamentos
do próprio governo do Estado. Já a área ocupada pela nova centralidade
terá seu valor abatido das contraprestações anuais pagas pelo governo ao
consórcio, pela construção, operação e manutenção do novo estádio.

As contraprestações são de R$ 3,994 milhões por ano durante o prazo de
concessão. Apenas quando a arena estiver concluída e operando, o governo
de Pernambuco pagará ao consórcio a primeira parcela, no valor de R$ 382
milhões, através do programa de Ressarcimento por Investimento em Obra
(RIO). Como garantia, o governo do Estado já tem aprovado pelo BNDES um
financiamento de R$ 400 milhões, que só será liberado após a conclusão
e entrega do estádio.

O projeto está dividido em quatro fases. A primeira é a única que estará
pronta para a Copa. Nela serão consumidos os R$ 532 milhões do estádio
e mais R$ 800 milhões em estrutura urbana e projetos âncora. Na segunda,
serão construídas residências e prédios comerciais, ao custo estimado de
R$ 300 milhões e prazo de conclusão em 2019. A partir daí, a Cidade da
Copa ganha contornos de empreendimento imobiliário, e seu ritmo de construção
seguirá o ritmo de vendas no mercado. A terceira e a quarta fase, que seguirão
até 2025 ou mais, serão de ampliação das unidades habitacionais e comerciais,
sempre ao gosto do mercado. Ao fim do processo, segundo a empreiteira,
terá nascido a primeira “smart city” (cidade inteligente) da América Latina.

Segundo a construtora, o espaço terá como principais pilares o uso de
tecnologias avançadas no monitoramento da segurança, no gerenciamento de
energia e na adoção de sistemas integrados. Um grande complexo de entretenimento,
com centros comerciais, cinemas, teatros e restaurantes ocupará, o coração?
do bairro-cidade. A nova localidade está sendo preparada para receber até
100 mil pessoas em seus complexos de lazer, variando de acordo com os eventos
sediados. Toda a área do empreendimento foi planejada para ser percorrida,
de sua região central aos diversos setores instalados, em menos de dez
minutos a pé.

Fonte:
UOL Esporte

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