Setor de hotéis em céu de brigadeiro para a Copa

08 de julho de 2011

A preocupação sobre o cumprimento de prazos envolvendo estádios e aeroportos para a Copa do Mundo de 2014 passa longe do setor hoteleiro, também diretamente envolvido nos preparativos para o mundial de futebol. De acordo com a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), vários projetos estão em andamento para aumentar a oferta de quartos e a rede hoteleira do País será capaz de abrigar os 600 mil turistas estrangeiros esperados para o evento, além dos torcedores brasileiros.

O governo federal criou em 2010, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a linha de crédito Procopa Turismo, com R$ 1 bilhão destinados à construção e ampliação de hotéis em todo o País e condições especiais para empreendimentos localizados nas 12 cidades-sede da Copa. Balanço de junho do banco aponta que R$ 211 milhões já foram aprovados para financiar a expansão da rede hoteleira e R$ 132,7 milhões estão em análise.

Entre os financiamentos aprovados, só há hotéis da Região Sudeste. Os demais pedidos são de empresas do Nordeste e do Sudeste que, juntas, têm sete cidades-sede. Embora abriguem as demais cinco sedes, as regiões Centro-Oeste, Norte e Sul não figuram na lista de solicitações ao BNDES.

Para o presidente da ABIH, Enrico Fermi Torquato, a linha de crédito do BNDES está voltada ao grande empresário, que na maioria dos casos investe em redes localizadas no Nordeste e no Sudeste. Ele cita como exemplo o financiamento da reforma do Hotel Glória, no Rio, adquirido pelo empresário Eike Batista. O BNDES liberou R$ 146,5 milhões para o hotel.

“O médio empresário tem dificuldade de ter acesso ao crédito por conta das garantias exigidas”, afirma Torquato, ao lembrar que o banco impõe como condição de garantia de 110% do valor do empréstimo.

A mesma opinião tem a FBHA.

Segundo o presidente da entidade, Alexandre Sampaio, por conta de maus negócios no passado envolvendo o setor hoteleiro, o BNDES passou a ser mais cauteloso nas questões de garantia para hotéis.

PROCOPA .

No Procopa, o BNDES financia projetos nas cidadessede e capitais a partir de R$ 3 milhões. O BNDES também oferece ao empresário extensão do prazo para o pagamento caso o empreendimento obtenha certificados do Inmetro para construções sustentáveis e com eficiência energética.

As duas associações avaliam que não haverá falta de quartos nas cidades escolhidas para receber os jogos da Copa. Sampaio diz que hoje, pelos critérios da Fifa, já não há déficit de vagas nas 12 sedes. “A Fifa exige uma reserva de quartos de 30% da capacidade do estádio da cidade, e todas as sedes atingem à exigência.”

Fonte: Focando

 

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