Obras enfrentam atrasos e aumentos pesados nos custos

Marta Salomon – O Estado de S. Paulo

Brasília, 15 de maio de 2011

Os preços das arenas da Copa do Mundo já aumentaram, em comparação aos
custos previstos em documento assinado pelos responsáveis pela realização
do evento, em janeiro de 2010. Em um dos casos, o preço das obras mais
do que dobrou, de acordo com análise do Tribunal de Contas da União (TCU).

A Arena Fonte Nova, em Salvador, custaria R$ 591,7 milhões, segundo a
previsão original. Mas o contrato de parceria público privada (PPP) assinado
prevê que o governo do Estado da Bahia pagará prestação anual de R$ 107
milhões durante 15 anos aos parceiros privados – OAS e Odebrecht -, o que
equivaleria a R$ 1,6 bilhão.

Essa foi uma das irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas do
Estado antes da contratação do financiamento de R$ 323,7 milhões do BNDES
para o empreendimento.

O custo do Mineirão, em Belo Horizonte, também tem previsão de aumento
de 74% em relação ao orçamento inicial.

A reforma do estádio, com pedido financiamento de R$ 400 milhões em análise
pelo BNDES, consumiria a princípio R$ 426 milhões, mas a parceria público
privada ganha pelas empresas Egesa, Hap e Construcap foi no valor de R$
743,4 milhões. A reforma do Maracanã ficaria em R$ 600 milhões, segundo
previsão original que consta de documento pactuado entre União, Estados
e municípios. Na proposta vencedora, porém, esse valor cresceu para R$
705,6 milhões. E uma nova estimativa diz que o custo, por causa da nova
cobertura, pode alcançar R$ 1,1 bilhão.

A obra já teve financiamento aprovado pelo BNDES, faltando apenas a assinatura
do contrato. O TCU advertiu o banco, no entanto, a cobrar correções no
estudo de viabilidade econômica, assim como em indícios de irregularidades
no projeto.

O estádio do Castelão, em Fortaleza, sairia por R$ 623 milhões, de acordo
com o documento da matriz de responsabilidades para a Copa. O consórcio
vencedor, liderado pelas empreiteiras Galvão Engenharia e Serveng, contrataram
uma remuneração fixa de R$ 486,9 milhões, mais prestações mensais de R$
407 mil durante oito anos. O financiamento do BNDES, de R$ 351,5 milhões,
já foi contratado.

Preços menores. Os casos em que os preços caíram em relação à previsão
inicial são raros. A reforma do estádio Mané Garrincha, em Brasília, teve
orçamento inicial de R$ 745,3 milhões, mas a proposta vencedora foi de
R$ 696 milhões, e o contrato foi posteriormente reduzido para R$ 671 milhões.
O pedido de financiamento ainda não foi formalmente apresentado ao BNDES.

Em Cuiabá, a proposta vencedora para a reforma da Arena Pantanal saiu
por 25% menos do que a previsão inicial de custo, de R$ 454,2 milhões.
O empréstimo de 392,3 milhões do BNDES já foi contratado.

Leia também: Estádios já têm R$ 1,9 bi do BNDES

Fonte: Estadão

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