26 de agosto de 2010
Caminho aberto para a construção da Via 210, corredor que ligará a Avenida Tereza Cristina, no Bairro Betânia, na Região Oeste de Belo Horizonte, à Via do Minério, no Barreiro. A prefeitura considerou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 50 imóveis situados no Bairro das Indústrias, Conjunto Habitacional Bonsucesso, Estrela do Oriente e Betânia, trajeto pelo qual a nova avenida passará. O decreto com a decisão foi publicado quarta-feira no Diário Oficial do Município (DOM). O financiamento está contemplado na lista do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, que liberou R$ 1,23 bilhão para o investimento em mobilidade na capital, de olho na Copa do Mundo de 2014.
Beto Novaes/EM/D.A. Press
A Via 210 integra o Corta Caminho da BHTrans, empresa que gerencia o trânsito de BH. O projeto cria 148 intervenções viárias alternativas, ligando diversas regiões da cidade, sem passar pelo Centro. Além dela, outra via desse pacotão também está prestes a sair do papel: a 710, que encurtará as distâncias entre o Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste, e a Avenida dos Andradas, na Leste. No início do mês, a prefeitura abriu licitação para contratar a empresa que dará apoio técnico às duas obras. A consultoria escolhida será conhecida no fim de setembro.
De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), a Via 210 terá 1,6 quilômetro de extensão e 36 metros de largura. Em fase final de elaboração, o projeto prevê ainda ciclovia e passeios nos dois sentidos da avenida, que vai da Tereza Cristina, no Betânia, até o viaduto de transposição do Anel Rodoviário, na Avenida Waldyr Soeiro Emrich, no Bairro das Indústrias. O novo corredor passará por cima de um trecho do Córrego Bonsucesso, afluente do Ribeirão Arrudas, e contribuirá para desafogar o tráfego do Anel, como alternativa de trajeto para quem parte da Região Oeste em direção ao Barreiro. Ainda segundo a Sudecap, a licitação está prevista para o mês que vem.
Embora tenha declarado de utilidade pública os terrenos na área da obra, a prefeitura não tem na ponta do lápis o número de desapropriações, informação que vai depender da conclusão do projeto. Mesmo assim, os moradores já consideram a possibilidade de mudança. É o caso do aposentado Francisco Faustino Hubner, de 78 anos, que há 25 mora na Rua Lotus, às margens do Bonsucesso. O lote pertence à área demarcada para dar lugar à avenida. Ano passado, técnicos da prefeitura já foram medir a casa dele e, desde então, Francisco aguarda uma posição sobre seu futuro. “Por enquanto, é muita conversa e a gente acaba sem saber o que faz. Estou em obras e não sei se termino ou espero uma definição”, diz.
Parque
Bem perto dessa área, muitas casas já foram abaixo por outro motivo. Ao longo da Avenida Bonsucesso, que margeia o córrego de mesmo nome, no Bairro Betânia, o Programa de Recuperação Ambiental Drenurbs, da prefeitura, vai implantar um parque linear. Além de servir como área de lazer para a população, o espaço vai prevenir inundações. O soldador e comerciante Sílvio Mendes de Araújo, de 61, é um dos poucos que ainda resistem em meio aos escombros. Como não foi indenizado, ele mantém a casa e a mercearia entre as casas demolidas. Apesar de não estar satisfeito com o valor que receberá, ele aprova as mudanças na região e comemora a criação da Via 210. “Se alguém quer ir para o lado de lá (no Barreiro) tem que dar volta demais”, critica.
Financiamento
Além das vias 210 e 710, a verba de R$ 1,23 bilhão garantida pelo governo federal, via PAC da Mobilidade, vai custear também a implantação do transporte rápido por ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês), principal aposta da prefeitura no setor para a Copa do Mundo de 2014. O sistema será instalado nas avenidas Antônio Carlos/ Pedro I, Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, além da área Central. Funcionará com pistas exclusivas, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados, capazes de transportar mais passageiros.
Fonte: Portal UAI
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