FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL ? CIDADE DO CABO
A Prefeitura da Cidade do Cabo nega a existência de uma operação de limpeza
urbana e afirma que a remoção das famílias para áreas afastadas não tem
relação com a Copa do Mundo.
Segundo Kylie Hatton, porta-voz da prefeitura, Blikkiesdorp foi estabelecida
há cerca de dois anos e meio. »Essas pessoas estavam ocupando imóveis
irregularmente no centro da cidade e tiveram que ser levadas a uma outra
localidade. Dada a escassez de áreas, a solução encontrada foi levá-las
para lá», afirma a porta-voz.
Segundo Hatton, os moradores estão «temporariamente» na área. No entanto,
ela admite que esse período provisório pode se estender por até seis anos.
«Não é verdade que as pessoas foram forçadas a ir para lá. Elas são livres
para sair quando quiserem», declara a porta-voz. Mas não podem voltar para
as antigas áreas que ocupavam.
De acordo com a prefeitura, há uma pressão habitacional muito grande na
cidade, e acomodar todas as pessoas leva tempo. Existe hoje uma lista de
espera de 400 mil famílias. «Infelizmente, nosso orçamento é limitado»,
afirma Hatton.
A prefeitura reconhece que a situação «não é perfeita», mas lembra que
os moradores estão lá de graça. «A região também não é desolada. Há uma
clínica em que se pode chegar a pé», afirma.
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