Governo promete mais recurso e estudo em área ocupada por sem-teto

22 de janeiro de 2014

por REYNALDO TUROLLO JR.

Após uma marcha que reuniu entre 8.000 e 10 mil pessoas, segundo estimativas da polícia e dos organizadores, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu na tarde desta quarta-feira (22) uma comissão de sem-teto e se comprometeu a realizar estudos no terreno da ocupação Nova Palestina, na zona sul de São Paulo, e a destinar mais recursos para moradias populares.

Também estiveram na reunião os secretários Silvio Torres (Habitação) e Edson Aparecido (Casa Civil).

O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) classificou a reunião como “produtiva”. “Nossas pautas foram acolhidas e atendidas no que havia de imediato”, disse o coordenador do movimento Guilherme Boulos.

A reunião foi marcada para evitar que os milhares de manifestantes se aproximassem do palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Moradores de 11 ocupações participaram da caminhada, que seguiu em duas frentes distintas que se encontraram por volta das 11h ao lado do estádio do Morumbi.

Apesar de o ato ter sido pacífico, dois supermercados e um shopping que ficavam no trajeto abaixaram as portas.

A maioria dos manifestantes era da Nova Palestina, na zona sul, maior acampamento de sem-teto da cidade, com cerca de 8.000 famílias.

Segundo Boulos, o principal pedido era para que o governo aumentasse o aporte de recursos estaduais nos projetos do programa federal Minha Casa, Minha Vida para a faixa 1 de renda familiar (até R$ 1.600 mensais), no âmbito do programa Casa Paulista.

Hoje, para cada unidade habitacional construída para famílias nessa faixa de renda, o governo federal entra com R$ 76 mil e o governo paulista, com R$ 20 mil.

A restrição orçamentária, segundo Boulos, estava barrando um projeto de 700 unidades em Taboão da Serra, batizado de Chico Mendes.

Após a reunião, o secretário de Habitação, Silvio Torres, afirmou que o governo analisará o projeto do conjunto Chico Mendes, que prevê casas maiores, e poderá aumentar o aporte estadual de recursos na obra.

Ainda de acordo com Torres, o governo fará um estudo topográfico no terreno onde fica a Nova Palestina, na região do Jardim Ângela, para determinar quantas unidades habitacionais podem ser construídas ali.

Para tanto, é necessário que a prefeitura revogue um decreto da gestão Gilberto Kassab que destina a área para a criação de um parque -o que a prefeitura sinalizou que poderá fazer.

METRÔ

O secretário de Habitação afirmou também que o governo pretende expandir a linha 5-lilás do Metrô até o Jardim Ângela -reivindicação dos sem-teto para melhorar o transporte público na área em que se localiza a ocupação Nova Palestina.

De acordo com Torres, o governo deverá abrir o edital de licitação para a obra em breve.

 

Fonte: A Folha de São Paulo

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