Bombas de efeito moral são usadas contra manifestantes na Mangueira

07 de janeiro de 2014

Moradores da Favela do Metrô protestam contra a remoção de casas. Segundo a PM, ninguém foi detido e não houve registro de feridos.

Uma nova manifestação dos moradores da Favela do Metrô, na região da Mangueira, voltou a interditar a Avenida Radial Oeste na noite desta terça-feira (7). Houve confronto e o grupo que protestava contra as remoções de casas na comunidade foi acuado com bombas de efeito moral. De acordo com a assessoria da PM, não houve registro de feridos.

Segundo a PM, cerca de 50 manifestantes bloquearam a passagem de veículos no sentido Zona Norte. Os condutores foram obrigados a desviar pela Rua Radialista Waldir Amaral. A via foi interditada com barricadas feitas com entulhos e pneus, que foram incendiados.

Mascarados foram vistos em meio aos moradores. Os manifestantes arremessaram pedras e pedaços de madeira contra os policiais militares, que revidaram com bombas de efeito moral. Uma viatura do Corpo de Bombeiros enviada ao local para controlar as chamas das barricadas teve o vidro quebrado.

O protesto teve início por volta das 20h30. Às 23h40 o Batalhão de Choque foi deslocado para a região e reprimiu a manifestação. De acordo com o Centro de Operações Rio, somente por volta de 1h desta quarta-feira (8) o tráfego na Radial Oeste foi totalmente liberado.

Revolta contra a demolição de casas
Pela manhã, manifestantes também ocuparam a Radial Oeste. O grupo estava na altura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no sentido Meiér. Eles chegaram a bloquear totalmente a via.

Segundo os moradores, o motivo da manifestação foi a demolição de casas na margem da via, que teria sido feita de forma arbitrária. “No início do ano, o (prefeito) Eduardo Paes veio aqui e disse que todo mundo ia receber casa, mas hoje chegaram aqui e tiraram o povo na marra”, reclamou uma moradora.

De acordo com André Santos, subprefeito da Zona Norte, os atuais ocupantes das casas não são os verdadeiros moradores da favela do metrô. “Cerca de 600 famílias que moravam aqui há 30 anos foram removidas e estão sob assistência do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. Esses chegaram há dois meses tentando para ocupar casas que já seriam demolidas na tentativa de ganhar casas do governo.”

Outro protesto
No fim de semana, perto do local do protesto desta terça-feira, moradores da Mangueira se manifestaram contra a morte de um morador da comunidade. O jovem Wellington Sabino Vieira, de 20 anos, morreu no domingo (5), no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. As informações são da Coordenadoria de Polícia Pacificadora. Ainda de acordo com a PM, um revólver teria sido apreendido com o rapaz após uma troca de tiros no sábado (4). Moradores, no entanto, negam o envolvimento de Wellington com o crime.

De acordo com a polícia, o tiroteio de sábado aconteceu quando agentes que faziam o patrulhamento na área conhecida como Olaria se depararam com três traficantes. Em resposta à morte do jovem, moradores do Morro da Mangueira queimaram um ônibus na Rua Ana Néri, na noite de domingo.

 

Fonte: G1

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