(Português) Batalhão de Choque ocupa a Favela do Metrô, Rio, nesta quinta-feira

(Português) 09 de janeiro de 2014

Demolição das casas da região está prevista para começar nesta quinta. Circulação do Metrô foi interrompida após grupo jogar objetos na linha.

por Guilherme Brito

A Favela do Metrô, na região da Mangueira, Zona Norte do Rio, teve o policiamento reforçado nesta quinta-feira (9) por homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Os policiais ocupam a área até a demolição das casas da região, que está prevista para começar nesta quinta.

Por volta das 8h, a circulação de trens na linha 2 do Metrô, entre as estações Triagem e São Cristóvão, chegou a ser interrompida por 12 minutos – das 8h01 às 8h13 – por falta de energia. De acordo com a assessoria de imprensa da concessionária MetrôRio, o problema foi causado por moradores da Favela do Metrô, que jogaram objetos na via. Por volta das 8h30, o intervalo das composições era irregular.

Os moradores alegam que não foram avisados sobre as demolições. Segundo a prefeitura, a desocupação do lugar começou em 2010, e 662 famílias que viviam na região foram reassentadas em conjuntos habitacionais. Mas, após a desocupação, os imóveis na favela teriam sido invadidos por outras famílias.

Desde o início da semana, moradores fazem protestos no local contra a demolição de 18 barracos. A prefeitura diz que quer transformar a região em um local de concentração de lojas de autopeças.

Representantes da OAB e do DDH foram ao local
Membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (DDH) foram ao local para prestar apoio aos moradores. Até as 11h45, não havia representantes da prefeitura para prosseguir com a demolição de casas na comunidade.

Para Eloisa Samy, advogada voluntária do DDH, que está há 36 horas no local, mesmo que os atuais ocupantes das casas não sejam os antigos moradores, a prefeitura também deve uma solução para essas famílias. “Eles não são bandidos e merecem ser tratados como pessoas. Numa cidade como o Rio, com uma carência enorme de casas populares, deixar casas que foram desapropriadas vazias por anos é um convite para quem não tem onde morar”, disse.

Ainda segundo Eloisa, uma audiência foi marcada na prefeitura às 12h com membros da Defenderia Pública e da Comissão de Direitos Humanos da OAB junto ao coordenador de Direitos Humanos da prefeitura para tentar suspender essa remoção e garantir um futuro para essas famílias.

O presidente dos Direitos Humanos da OAB, Marcelo Chalreo, disse que a reunião foi adiada pelo poder público e não tem data para acontecer. Ele classificou como lamentável a postura da prefeitura em relação ao processo de remoção. “A Comissão de Direitos Humanos da OAB repudia esse comportamento da administração pública, que não cumpriu a palavra em relação à situação dessas famílias, quando prometeu há 3 meses dar uma solução ao problema e não apareceu mais.”, afirmou.

Barricadas de fogo foram colocadas no meio da pista
Na noite de quarta-feira (8), moradores acompanharam com apreensão a chegada da Polícia Militar na Favela do Metrô, mas não houve confrontos. Na terça-feira (7), um grupo fechou por duas vezes parte da Avenida Radial Oeste, em frente à comunidade. Barricadas de fogo foram colocadas no meio da pista. Policiais chegaram a usar bombas de efeito moral pra tentar dispersar os manifestantes. Quando avançaram, foram recebidos com pedradas.

No início da noite de quarta-feira, por causa da possibilidade de novas manifestações, a Radial Oeste chegou a ser interditada na altura da Rua Radialista Waldir Amaral, no sentido Méier, por determinação da PM. Os protestos não se confirmaram, mas o bloqueio acabou deixando o trânsito lento. A interdição durou quase duas horas.

 

Fonte: G1

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