Após reintegração, moradores da favela Estaiadinha acampam ao lado do Detran

18 de novembro de 2013

por Felipe Souza

Após a reintegração da favela que fica embaixo da ponte Orestes Quércia –conhecida como Estaiadinha–, na marginal Tietê, zona norte de São Paulo, cerca de 300 pessoas acamparam ao lado do prédio do Detran (departamento de trânsito). Eles dizem que vão ficar no local até a prefeitura pague auxílio-aluguel ou ofereça um local para que eles construam casas.

O terreno embaixo da ponte onde fica a favela Estaiadinha passou no sábado (16) por uma reintegração de posse. Cerca de 200 famílias que moravam no local foram retiradas da área e muitas delas acampam desde então na sede do Detran, na avenida do Estado.

Os moradores reclamam da falta de atenção das autoridades, da fome e do frio. A ex-moradora da Estaiadinha Lucimara Oliveira Santana, 26, está em frente ao Detran desde a reintegração e disse que o filho dela não foi à escola por falta de roupas. “A gente depende do que trazem para a gente porque nossas coisas queimaram no incêndio. Meu filho de 3 anos está com a mesma roupa do corpo e à noite sente muito frio”, disse.

Desde a reintegração, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a ponte Estaiadinha está interditada. Isso ocorre porque as chamas de dois incêndios atingiram as estruturas da ponte, que vai passar por uma vistoria da prefeitura –se não houver danos na estrutura, será liberada, mas ainda não há previsão.

A pista central da marginal Tietê no sentido Ayrton Senna também estava bloqueada, mas foi liberada na madrugada desta segunda-feira.

A favela foi instalada há cerca de cinco meses em uma área de aproximadamente 4.000 metros quadrados. O terreno pertence à Prefeitura de São Paulo, que entrou com pedido de reintegração de posse há dois meses. A Justiça acolheu o pedido e determinou que os moradores saíssem do local em até 90 dias.

Segundo os sem-teto, houve nesse período uma série de negociações com a prefeitura, que teria pedido para que eles indicassem outros terrenos para alojar as famílias.

A prefeitura afirma que vem cadastrando as famílias da ocupação da Estaiadinha em seus programas de habitação social desde o final de julho, integrando-as à meta de entregar 55 mil moradias até o fim da gestão.

 

Fonte: Folha de São Paulo

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