Manifestantes fecham ruas do Centro de Aracaju para pedir moradia popular

07 de novembro de 2013

Cerca de 370 pessoas ocupam prédio do Centro desde março deste ano. Grupo espera ser incluído em programa de moradia popular o quanto antes.

Cerca de 130 famílias que ocupam o Edifício Casarão do Parque, localizado no Centro de Aracaju, Sergipe, fizeram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (7) e interromperam o tráfego de veículos nas ruas Capela e Propriá, no entorno da Praça Olímpio Campos. Eles pedem adiamento da reintegração de posse do imóvel que está agendada para ser feita no domingo (10).

“Só vamos sair daqui quando nos garantirem um ligar digno para morar. É nosso direito à moradia e não aceitamos sair para sermos jogados no meio da praça como animais como eles fizeram quando reintegraram a posse das casas do bairro 17 de Março”, destaca Luiz Vieira da Silva, um dos coordenadores do Movimento Sem Casa (MSC).

O tráfego de veículos ficou interrompido na área até cerca de 9h. O Corpo de Bombeiros Militar (CBM) apagou as chamas ocasionadas pela queima de papelão, pneus, espumas e lixo e fez o rescaldo da área. “Após esses procedimentos nós afastamos o material que restou para a lateral das vias para liberar o fluxo de veículos. Os agentes de limpeza da prefeitura ficaram responsáveis pela coleta dos entulhos”, afirma o aspirante do CBM, Roberto Mesquita.

Segundo o policial militar, tenente Gustavo Matos, a manifestação começou por volta das 6h30 e transcorreu de forma pacífica, sem registro de conflitos. “Conversamos com os manifestantes e aconselhamos o fim da barricada porque eles estavam interrompendo o direito de ir e vir da população nessas importantes vias de acesso ao Centro da capital. Eles entenderam que o objetivo de chamar a atenção do poder público para a reclamação já havia sido alcançada e decidiram seguir para a Assembleia Legislativa”, relata.

Os manifestantes acompanharam a sessão plenária na Assembleia Legislativa e pediram apoio dos parlamentares para a causa do movimento. A expectativa é que eles sejam incluídos em um programa de moradia popular o quanto antes e que até o recebimento dos novos imóveis eles recebam o auxílio-moradia.

O edifício tem 80 apartamentos e mais algumas salas nos dois primeiros pavimentos. No local, vivem cerca de 370 pessoas desde a ocupação feita no dia 5 de março deste ano. “Alguns engenheiros nos disseram que o prédio está conservado, mas como ainda está inacabado, sem elevador e extintores eles não quiseram nos dar esse laudo por escrito. O que eu sei é que oito famílias moram lá há pelo menos 26 anos, quando a obra foi embargada por causa da dívida dos donos com os bancos. Esses moradores antigos são ex-funcionários  que ajudaram na construção do imóvel e acabaram continuando lá por todo esse tempo”, explica Luiz Vieira.

 

Fonte: G1

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