Dois anos após incêndio, Favela do Moinho recebe kit de prevenção

22 de outubro de 2013

Comunidade no Centro de SP já foi atingida por dois grandes incêndios.
Material faz parte do Programa de Prevenção em Assentamentos Precários.

Mais de dois anos após o incêndio que destruiu parte da Favela do Moinho, em Campos Elísios, no Centro de São Paulo, a Subprefeitura da Sé entregou oito kits do Programa de Prevenção de Incêndios em Assentamentos Precários (Previn). A favela recebeu o material nesta quinta-feira (17). Na área, que fica embaixo do Viaduto Engenheiro Orlando Murgel, vivem hoje cerca de 480 famílias, em torno de duas mil pessoas. “Nunca tivemos esse equipamento em 25 anos”, diz Humberto Rocha, um dos coordenadores da associação de moradores da comunidade.

Na visão de Rocha, embora o material não seja suficiente para garantir a segurança de toda a comunidade, certamente teria ajudado a minimizar os impactos dos incêndios que ocorreram nos últimos dois anos na favela. Dois grandes incêndios atingiram a área. O primeiro ocorreu em dezembro de 2011 e deixou mais de 300 famílias desalojadas. Em setembro do ano passado, outro incêndio atingiu a comunidade. “No segundo incêndio já tínhamos um hidrante. Mas o tenente do Corpo de Bombeiros não sabia que tinha e não usou”, comenta Rocha.

Ele ainda revela que os equipamentos foram entregues sem orientação. Por ora, seguem armazenados na sede do Movimento Moinho Vivo. A subprefeitura não indicou onde os extintores devem ser instalados. Ele e os demais representantes da comunidade pretendem assumir a função. Segundo o coordenador, três bombeiros civis que trabalhavam na comunidade deixaram a função por falta de pagamento. Cobrada pelas lideranças locais, a subprefeitura teria prometido que o pagamento voltaria a ser efetuado até o fim de outubro. O prazo também valeria para a entrega de uma sirene para alertar sobre uma eventual emergência.

“O que a gente conseguiu até agora foi isso. Os equipamentos, as roupas, oito extintores, luvas, capacete. O que precisa ser feito imediatamente é colocar mais extintores, mais dois hidrantes e pagar os bombeiros. A promessa é que até o final do outubro eles voltarão a receber”, afirma Caio Castor, integrante do Movimento Moinho Vivo.

Além do kit do Previn, a favela ganhou lixeiras decorativas. Há 15 dias a subprefeitura as instalou apenas na entrada da comunidade. “Colocaram poucas. Se totalizar umas quatro é muito. Foi só nessa faixa de entrada. E não vai suprir a necessidade da comunidade que tem uma demanda enorme. Colocaram e falaram que no momento era o que tinha”, explica Humberto Rocha.

Procurada pela reportagem do G1 para comentar sobre os assuntos, até publicação desta reportagem a subprefeitura da região não havia enviado resposta.

Água, esgoto e Luz
No último sábado (19), foi anunciado durante audiência pública na Favela do Moinho a realização de obras na comunidade. A reunião teve a presença de representantes do Ministério Público do Estado de São Paulo, da Sabesp e Eletropaulo. O projeto prevê obras de início imediato para que a favela tenha luz elétrica, água encanada e rede de esgoto.

Segundo Caio Castor, o objetivo é negociar é um plano emergencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram no local enquanto são discutidas as questões definitivas para a área. Nesta segunda-feira (21), representantes da Sabesp estiveram no local para iniciar os trabalhos.

Ministério Público, Eletropaulo e Sabesp também foram procurados pelo G1 para comentar o iníco das obras. Até publicação desta reportagem a instituição e as concessionárias de luz e água não tinham enviado resposta.

 

Fonte: G1

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