Por habitação, 300 pessoas fazem ato em frente à prefeitura de São Paulo

19 de agosto de 2013

Manifestantes fazem parte de um grupo de 1.400 que ocupam dois terrenos no extremo sul da cidade. Eles querem que Haddad intervenha nos processos de despejo das áreas ocupadas

por Gisele Brito, da RBA

Aproximadamente 300 pessoas que ocupam desde o dia 25 de julho dois terrenos no extremo sul de São Paulo, no distrito do Grajaú, realizaram na manhã de hoje (19) manifestação em frente à prefeitura, no centro, para cobrar do prefeito Fernando Haddad (PT) intervenção nos processos de despejo das áreas ocupadas e viabilização de construção de moradias no local. Muitos manifestantes afirmam estar há décadas cadastrados na Cohab à espera de atendimento em programas e por isso “caíram pra dentro” dos terrenos.

Segundo a Cohab, cerca de 1,1 milhão de pessoas estão inscritas nos cadastros da Secretaria Municipal de Habitação, mas apenas 125 mil das inscrições estão ativas e podem participar de sorteios para distribuição de unidades habitacionais construídas pela prefeitura. Isso porque todos os cadastrados têm de realizar pelo menos uma atualização anual das informações prestadas. Ainda assim, mesmo sendo ousada a meta de Haddad de construir 55 mil unidades, seria preciso que a prefeitura construísse quase o dobro de unidades para atender aos cadastros válidos.

As duas ocupações juntas têm, aproximadamente, 1.400 famílias vivendo parcial ou integralmente em barracos de madeirite e barracas de lona. A maioria das pessoas morava de aluguel ou de favor na casa de parentes.

“Minha vó está escrita há um tempão e eu me inscrevi faz cinco anos”, contou Liliane Aparecida, de 25 anos, que levou a filha de um ano para o ato, nos moldes das manifestações de junho. Sem carro de som, as pessoas puxavam palavras de ordem estimuladas por batucadas. O Movimento Passe Livre (MPL), protagonista na conquista da revogação do aumento dos transportes públicos, colaborou com a realização do ato, organizado pela Rede Extremo Sul. Integrantes do MPL ajudaram na bateria e na divulgação e têm colaborado na formação política dos ocupantes dos terrenos.

Liliane, dois filhos e o marido manobrista estão vivendo na ocupação Recanto da Vitória, no Jardim Lucélia, há 22 dias. Antes de irem para o terreno privado desocupado eles viviam de favor na casa de um parente. “Ninguém aqui vai esperar mais 30 anos por moradia”, disse Gustavo Moura, membro da Rede Extremo Sul, organização que está à frente das ocupações.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

2 respostas para “Por habitação, 300 pessoas fazem ato em frente à prefeitura de São Paulo”

  1. Osmar da Silva Laranjeiras disse:
    Aproveitando essa bela reportagem, gostaria de criticar a política da Caixa Econômica Federal, pela burocracia exacerbada para a pessoa física adquirir um imóvel financiado pelo banco, exceto as grandes empreiteiras e imobiliárias. Para início de conversa, os funcionários já atendem os candidatos à compra do imóvel com certo preconceito. A qualidade da abordagem do indivíduo pelos servidores depende da roupa, da pele, enfim… aquilo que todos sabem, enquanto os ricos são recebidos com caviar e champangne, os pobres, pão com mortadela e refrigereco sem gelo.

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