Em MS, homem acampa em canteiro de avenida para protestar por moradia

11 de agosto de 2013

Móveis e pertences estão no canteiro central da avenida Afonso Pena.
Desempregado, homem disse que não tinha como pagar aluguel.

Em ato de protesto por direito a uma moradia popular, o desempregado Felipe Reis Galarza, de 57 anos, está acampado desde a noite de sábado (10) no canteiro central da avenida Afonso Pena, no centro de Campo Grande. Segundo ele, sem condições para pagar o aluguel da casa onde vivia no bairro Dom Antônio Barbosa, decidiu levar todos os seus pertences até o local, onde pretende ficar até receber a garantia que terá acesso uma casa popular.

Conforme Felipe, ele é natural de Corumbá, cidade a 444 km de Campo Grande, e trabalhou durante muito anos como soldador naval na cidade. Divorciado e pai de cinco filhos, ele se mudou para a capital sul-mato-grossense com o objetivo de conseguir um trabalho e ter uma vida digna, mas diz ter encontrado ainda mais desafios.

Felipe explicou que fez muitos trabalhos temporários, inclusive, em empresas prestadoras de serviços, mas que a remuneração paga era insuficiente para ele se manter. “As empresas registravam R$ 690 de salário, mas com os descontos o valor caia para R$ 548. Pagando um aluguel que custa quase R$ 400 não tem como se manter. É impossível viver dignamente como garante a nossa Constituição”, afirmou.

O ex-soldador naval ainda explicou que já tentou se inscrever em programas de habitação popular, mas que não conseguia, principalmente em razão da falta de um endereço fixo para que os órgãos responsáveis entrassem em contato. Ele também reafirmou a disposição de não sair do canteiro central da avenida, até que consiga acesso a uma casa popular.

G1 tentou entrar em contato por telefone e por e-mail com a assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Grande para saber qual será o posicionamento e as ações do município em relação ao caso, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

Dia dos Pais
Com lágrimas no rosto, Felipe se emocionou ao lembrar dos filhos nesta manhã de Dia dos Pais. Ele relatou ao G1 que carrega algumas roupas dos filhos como sinal de lembrança e para amenizar a saudade, e lamenta que tenha se tornado um pai ausente em razão do divórcio e da mudança para Campo Grande.

“Eu choro por saber que não posso dar uma condição de vida boa nem para eles nem para mim, mas peço a Deus para que proteja eles sempre mesmo eu estando distante”, finalizou Felipe.

 

Fonte: G1

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