Prefeitura de SP adia pedido de reintegração de posse de área na Marginal Tietê

24 de julho de 2013

Terreno embaixo da Ponte Orestes Quércia foi invadido há duas semanas. Prefeito diz esperar que área seja desocupada de forma pacífica.

por Tatiana Santiago, do G1 SP

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou na manhã desta terça-feira (23) que o governo municipal decidiu adiar o pedido de reintegração de posse do terreno invadido há duas semanas na Marginal Tietê, embaixo da Ponte Orestes Quércia – a Estaiadinha. A ponte liga a Avenida do Estado à marginal, no sentido da Rodovia Castello Branco.

“Parece que há uma disposição da comunidade em querer desocupar em função do fato que é impróprio aquele lugar para a habitação”, disse o prefeito.

Em visita a uma escola municipal de São Miguel Paulista, na Zona Leste, Haddad afirmou que houve uma reunião com o secretariado e que a decisão foi esperar a saída pacífica dos moradores. A postura é diferente em relação à adotada na semana passada, quando a Prefeitura de São Paulo informou que mandaria o pedido de reintegração de posse à Justiça na segunda-feira (22).

“Nós estamos pactuando com eles uma forma de equacionar sem a necessidade de utilização de um pedido de reintegração. Então, nós vamos aguardar as próximas 48 horas para ver se temos uma solução negociada”, informou Haddad. Segundo ele, ainda nesta semana será firmado um acordo para a retirada das famílias “para que não haja a necessidade de nenhuma intervenção que seja pactuada com os próprios ocupantes”.

Segundo o prefeito, o pagamento do auxílio-aluguel às famílias que ocupam o terreno na Marginal Tietê ainda não foi definido, e será negociado com os invasores.

Na nova favela, localizada no Bom Retiro, é possível ver carros chegando a todo momento transportando materiais para a construção de barracos, como telhas e pedaços de madeira.

O terreno da Prefeitura foi cedido para a Dersa, que usava o espaço como depósito de obras nas marginais. Assim que o local foi desocupado, foi invadido por cerca de 350 famílias que vieram de outras favelas ou moravam nas ruas.

Uma das líderes dos invasores disse que as famílias não vão sair do terreno em troca do auxílio-aluguel. O subprefeito da Sé, Marcos Barreto, informou na semana passada que iria se empenhar para que a desocupação do terreno seja pacifífica. Ele garantiu que a Prefeitura não vai permitir a existência de uma nova favela no local.

Segundo a Secretaria Municipal da Habitação, atualmente existem 1.636 mil favelas na capital. De acordo com a pasta, muitas delas estão sendo urbanizadas com a construção de moradias. A previsão é que, até 2016, 70 mil famílias que vivem em favelas terão uma casa.

 

Fonte: G1

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