Brasileiros mandam recado a Joseph Blatter: “A festa acabou”

25 de junho de 2013

Jornal britânico destaca situação precária dos torneios da Fifa no País

Os protestos no Brasil apresentaram o pior dos quadros para o presidente da Fifa, Joseph Blatter. O recado que veio das ruas para os cartolas da principal entidade do futebol mundial é um só: “a festa acabou”. É o que relatou o jornal britânico The Independent. Os incidentes de violência foram apenas o estopim de algo maior.

De acordo com a publicação, a beleza do futebol nunca mais será a mesma depois do “ódio” contra a Copa do Mundo e a “traição” de Pelé perante o seu povo. As manifestações em várias cidades brasileiras – algumas das quais recebendo a Copa das Confederações – questionam o alto custo dos estádios para a Copa de 2014. O pedido do Rei do Futebol para que os protestos fossem “esquecidos” manchou a sua imagem diante da população.

Não por acaso, logo após a abertura do torneio deste ano em Brasília, Blatter deixou o País às pressas e seguiu para a Turquia, onde acontece o Mundial Sub-20. Ao contrário do que fiz a Fifa, a viagem não estava planejada e muitos compromissos assumidos pelo presidente da Fifa em solo brasileiro acabaram não sendo honrados por conta da atual turbulência política.

A entidade chegou a ameaçar o cancelamento da competição, a qual serve de teste para a Copa do Mundo do próximo ano, porém não levou a ideia adiante e, oficialmente, negou ter interesse em paralisar o torneio. Para essa semana final, Blatter é aguardado no Brasil, mas não deve encontrar um quadro muito diferente de quando saiu.

O Independent pondera que os brasileiros querem hospitais e escolas ao invés de estádios de futebol. Tal rejeição, no país que é considerado a “Terra do Futebol” no mundo, era tudo o que a Fifa e seus patrocinadores não esperavam, o que os deixam “desesperados”, segundo o jornal britânico.

Ainda conforme reporta a publicação europeia, a situação vista no Brasil será seguida por Mundiais na Rússia (em 2018) e Qatar (em 2022), dois países que não são exatamente democráticos. A sugestão, em tom irônico, é que a Copa de 2026 acabe sendo realizada na Coreia do Norte, diante da impossibilidade da Fifa e do COI (Comitê Olímpico Internacional) em confiar em governos democráticos.

Tais organizações esportivas, com seus pedidos exorbitantes, estão longe de deixar um legado para a população das nações que recebem os seus eventos, algo que, de acordo com o The Independent, precisa ser revisto, tanto pela Fifa quanto pelo COI. A relação crítica do ex-jogador e hoje deputado Romário em relação aos torneios e as muitas denúncias de corrupção também é lembrada.

 

Fonte: R7

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