Famílias no Centro do Rio lutam contra mais uma remoção

23 de maio de 2013

Prefeitura quer demolir 29 imóveis para reassentar outras famílias, removidas do Morro da Providência

por Felipe Freire

Grupo, que vive nas ruas Alfredo Dorabela Portela e Coronel Aldomaro Costa, pediu ajuda à Defensoria Pública. Foto: Carlo Wrede/Agência O Dia

Da noite para o dia, a sensação de perda de chão, teto e destino tomou conta de 29 famílias que vivem aos fundos do Terminal Rodoviário Américo Fontenele, no Centro. Há mais de uma semana, funcionários da Secretaria Municipal de Habitação (SMH) ‘marcaram’ com números os imóveis e comunicaram desapropriação do endereço, que se transformará em conjuntos habitacionais.

Os moradores alegam que não houve negociação e que tudo está sendo feito sem qualquer direito de defesa. Já a SMH informou que trata-se de um terreno particular desapropriado com imissão na posse decretada pela Justiça.

Inconformado, o grupo, que vive nas ruas Alfredo Dorabela Portela e Coronel Aldomaro Costa, se reuniu e procurou a Defensoria Pública estadual, que entrou com pedido de revisão da remoção. Em contrapartida à saída, a prefeitura ofereceu aos moradores três meses de aluguel social, no valor de R$ 400, sob a alegação de que no local há apenas inquilinos.

Entretanto, há pessoas que afirmam ser proprietárias dos imóveis e alegam nunca terem sido avisadas sobre futura remoção. “Vivo aqui há mais de 30 anos e a casa é minha. Nunca paguei aluguel a ninguém. Como irei deixar tudo para trás e me virar com R$ 400? A prefeitura está sendo covarde. Por que não negociam e nos indenizam?”, revoltou-se a dona de casa Lúcia Maria Ribeiro, 57.

Quem diz ter comprado as chaves cobra compensação. “Comprei isso há 20 anos por cerca de R$ 25 mil. Agora eles dizem que o contrato não vale de nada. Podemos até sair, mas queremos respeito”, completou Graciete Correa, 48.

 

Fonte: O Dia

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