Homem suicida-se antes de ser despejado na Espanha

06 de maio de 2013

Um homem foi encontrado enforcado nesta segunda-feira em sua casa, em Barcelona, na Espanha, momentos antes de ser despejado por não ter pago o aluguel, um fenómeno que tem se tornado frequente neste país afundado na crise.

O cadáver do homem, de 40 anos, foi encontrado na manhã desta segunda-feira pela comissão judicial que iria executar o despejo, informou a porta-voz do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.

“Efectivamente, a comissão judicial foi esta manhã para realizar um despejo e acabou por encontrar o corpo de um homem”, indicou a fonte. A Polícia iniciou uma investigação, apesar de indicar suicídio como a causa da morte.

Com o país em recessão desde o final de 2011 e a taxa de desemprego de 27 por cento da população activa, muitos espanhóis endividados durante os anos do “boom” imobiliário foram despejados das suas casas porque não conseguiram pagar as suas hipotecas ou aluguéis.

Entre 2008 e 2012, foram emitidas 415.117 ordens de despejo. Dessas, foram executadas 252.826, perto de 61 por cento, entre casas, instalações empresariais e comerciais e terrenos.

No outono, uma série de suicídios de pessoas que seriam expulsas fez soar o alarme e a inquietação entre os cidadãos, que se mobilizaram para impedir os despejos num país com milhares de casas vazias.

A PAH, associação criada há quatro anos em Barcelona, apresentou um projecto de lei popular, apoiado por 1,4 milhão de assinaturas, para reformar o mercado hipotecário.

O texto deve ser aprovado na quarta-feira pelo Senado espanhol depois de ser avaliado pelo Congresso, mas sem alguns dos seus principais pontos, o que irritou os activistas, que após esta última morte convocaram uma manifestação em massa na terça-feira em Barcelona.

Enquanto isso, alguns governos regionais, como os de Andaluzia, Canárias e Catalunha, tomaram medidas por conta própria para acabar com este fenómeno dramático, como a expropriação temporária de casas para evitar os despejos e a criação de um imposto sobre os muitos edifícios vazios no país.

 

Fonte: Angola Press

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