Preços no Alemão dobram e 417 famílias têm prazo de 15 dias para deixar imóveis

30 de janeiro de 2013

POR ALESSANDRO LO-BIANCO

Carmélia, em frente à casa que alugava e precisou abandonar, após aumento de R$ 300 para R$ 600. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia

A valorização imobiliária no Complexo do Alemão desde a pacificação, em novembro de 2010, tem tirado o sono de ao menos 417 famílias, desalojadas pela alta do aluguel. O aumento passa de 100% em muitos casos. Moradoras do loteamento Parque Novo, essas famílias ocuparam a área de igreja que será desapropriada pelo estado para dar lugar a conjunto habitacional.

“Não tivemos condições de nos manter. Os aluguéis ficavam entre R$ 100 e R$ 250, agora vai de R$ 300 a até R$ 1 mil”, disse a presidente da Associação de Moradores do Parque Novo, Débora Rodrigues. As famílias começaram ontem a se cadastrar no programa de aluguel social, da Secretaria de Assistência Social. A primeira parcela de R$ 400 deverá ser paga em 28 de fevereiro. Depois, terão 15 dias para desocupar o terreno. “Com o aluguel social, não sei se vamos achar casa aqui”, teme Débora.

Carmélia Andrade de Souza alugava uma casa por R$ 300. “Na semana seguinte à pacificação, o proprietário pediu R$ 600. Eu disse que não tinha condições de pagar, e ele disse para eu ir embora. Foi quando me juntei à invasão. O comércio também aumentou. Antes eu fazia e vendia salgados e açaí. Agora, com a alta dos preços, não sobra mais dinheiro nem pra comprar os ingredientes. Por R$ 500 reais só encontro espaços até 15 m², impossível para uma família”, reclama.

Marlucia Nunes, dona de casa com seis filhos, sofre de problema respiratório e não pode subir e descer o morro, onde o aluguel é mais barato. Ela reclama que proprietários ainda exigem três meses de aluguel adiantado: “Eu alugava meu cantinho por R$ 250. Passou para R$ 500. E o dinheiro para comer e pagar luz e água?”.

 

Fonte: O Dia

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