Famílias são despejadas de condomínio em Cubatão, São Paulo

15 de março de 2013

Conjunto habitacional foi ocupado por desabrigados após enchentes. Reintegração de posse foi realizada pela prefeitura e pela CDHU; desalojados afirmam não ter para onde ir.

por FÁBIO MENDES

Famílias que haviam invadido um conjunto habitacional após enchente em Cubatão, no litoral sul de São Paulo, foram retiradas do local ontem pela manhã.

A reintegração de posse no Conjunto Habitacional Parque dos Sonhos, o Bolsão 9, começou por volta das 8h.

Os apartamentos foram invadidos no final de fevereiro -parte deles por desabrigados pelas chuvas na região.

Dos 770 imóveis, 489 ainda estavam ocupados no momento da reintegração. Destes, 26 pertencem à prefeitura e 463 à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

A divisão entre os imóveis da prefeitura e do Estado também influenciou no destino das famílias. Após a reintegração, aqueles que estavam nos edifícios da prefeitura foram abrigados no Centro Esportivo Humberto de Alencar Castelo Branco, o Castelão, e em um motoclube da cidade.

Os demais afirmavam que não tinham para onde ir. Até o fim da manhã, o destino de cerca de 400 famílias ainda era incerto. À tarde, um grupo chegou a invadir a prefeitura e entrou em confronto com a polícia.

Algumas famílias também foram até o centro esportivo em busca de abrigo, mas encontraram as portas fechadas. “Cheguei aqui e disseram que não podia entrar mais ninguém. Estou sem ter para onde ir”, afirmou o montador de andaimes Vladimir Costa Belo, 29.

Ele e a esposa, grávida de seis meses, procuravam um local para abrigar os três filhos. Segundo a prefeitura, o Castelão já tinha outros desabrigados e não teria espaço para receber mais pessoas.

De acordo com o coordenador do Programa Serra do Mar, Fernando Chucre, os apartamentos do Bolsão 9 foram construídos para receber moradores das encostas da serra, em recuperação.

Ele diz que será preciso construir um novo conjunto habitacional para abrigar as famílias desabrigadas. Segundo a CDHU, cerca de 25 famílias foram levadas no fim da tarde para pousadas. As demais devem receber auxílio-moradia de R$ 400 até que a situação seja normalizada.

 

Fonte: Folha de São Paulo

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