O drama de Ravel: uma história da Olimpíada e suas contradições

14 de março de 2013

Um paradoxo olímpico. Assim pode se definir o atual momento de Ravel Mendonça, 17 anos, atleta da seleção brasileira sub-19 de Vôlei de Praia. Ao mesmo tempo em que é esperança e sonha com uma vaga olímpica em 2016, vê desesperança e pesadelo com as obras que viabilizarão a realização dos Jogos na cidade onde mora, no Rio de Janeiro. Explica-se: a casa onde Ravel morava, junto com pais e dois irmãos (um com necessidades especiais, autista), foi desapropriada e demolida no último Sábado para construção da Transcarioca, via que ligará a Barra da Tijuca ao aeroporto do Galeão.

Poeira, escombros e areia se misturam no drama que ainda tem pitadas de desrespeito por parte de assessores da prefeitura e sofrimento por parte de Ravel, que concentrado desde janeiro com a Seleção em Saquarema, pouco vê ou sabe do drama familiar.

A reportagem especial dos canais ESPN falou com o atleta, com a família e presenciou o momento em que eles deixaram o lar onde Ravel se formou atleta e viram, segundos depois, o início da demolição. Em nota a prefeitura deu sua explicação para a reportagem, que você confere completa no player acima. Para ver a reportagem, clique aqui.

Confira a nota oficial da Prefeitura do Rio de Janeiro:

Todos os moradores daquela área estavam cientes que o terreno estava no traçado da Transcarioca. A Prefeitura, através da Subprefeitura da Barra e Jacarepaguá, realizou várias reuniões com os moradores para explicar como seria feita a desapropriação. Essas reuniões continuam sendo feitas com outras famílias em outras áreas. Esse trabalho é feito à medida que a obra avança. Numa segunda etapa, a Secretaria Municipal de Habitação, acompanhada de assessores da subprefeitura realizou o cadastro de todas as famílias.

Foram oferecidas duas opções: indenização pelas benfeitorias (uma vez que a área é pública e os moradores não são os proprietários dos imóveis) ou uma unidade no programa Minha Casa, Minha Vida ou Morar Carioca, em duas regiões Campo Grande e Triagem.

Especificamente no caso dessa família, porque um dos integrantes é doente e faz tratamento na Colônia Juliano Moreira, a Prefeitura ofereceu acompanhamento com assistente social e uma casa no Programa Morar Carioca da Colônia.

O responsável por essa família, no caso o pai, quis negociar apenas o valor do imóvel. A Prefeitura tentou todas as possibilidades para pagar o melhor preço, permitido através dos decretos que regulamentam essa questão de desapropriações em áreas públicas.

 

Fonte: Estadão – ESPN

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *