Direito à moradia: a prioridade é delas

06 de março de 2013

O direito está garantido na Portaria 610, do Ministério das Cidades. De acordo com a Lei 11.977, de 7 de julho de 2009, famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar têm prioridade nos programas de habitação popular. No Acre, esse direito tem sido preservado e muitas mulheres já foram beneficiadas.

Segundo dados do governo federal, 47% dos contratos da primeira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida foram assinados por mulheres, e a nova regra revela a importância delas nas iniciativas sociais.

De Acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20% das famílias brasileiras são sustentadas exclusivamente por mulheres.

É um dever do Estado incorporar a priorização de mulheres no planejamento e implantação das políticas habitacionais, especialmente mulheres chefes de família, idosas e portadoras de deficiência.

Devem ser eliminadas todas as disposições legais e práticas sociais que discriminem as mulheres e as impeçam de ter acesso total à  moradia e a terra.

Superando desafios

Eliete Maria Lopes tem 43 anos e foi contemplada com uma unidade habitacional do programa estadual de habitação “Minha Morada”, em 2010. Na casa, ela vive com oito filhos e um neto recém-nascido. Manter o equilíbrio dessa família é um desafio diário, segundo ela.

“Não é fácil manter sozinha uma família desse tamanho. Eu tenho que me transformar em várias para conseguir sustentar as crianças, mantê-las na escola e ainda trabalhar fora para garantir o alimento de cada dia, mas eu dou conta é de meu papel como chefe desse lar”, desabafou Eliete.

Mesmo com tantas mudanças, a mulher ainda desempenha um importante papel no equilíbrio emocional da família. Ela funciona como uma mediadora, uma figura de acolhimento, uma pessoa que controla o ambiente.

Eliete, além de trabalhar fora, montou uma pequena bomboniere dentro da sua casa para ajudar na renda familiar. “A gente se vira como pode, desde que seja trabalho honesto.”

Para o secretário de Habitação, Aurélio Cruz, priorizar a mulher nos critérios de seleção para os programas habitacionais é o mínimo que pode ser feito para valorizar a classe, que vem a cada dia conquistando seu espaço na sociedade.

O aumento do número de domicílios cujos responsáveis são mulheres é um fenômeno tipicamente urbano: 91,4% deles estão em cidades, enquanto 8,6% estão nas zonas rurais. Nas capitais, a proporção de mulheres responsáveis por domicílios é bem maior do que a média nacional.

“Não há mais a ideia da figura feminina só dentro de casa, mas nem por isso a mulher deixou de realizar as atividades domésticas, o que gera uma sobrecarga tanto física quanto emocional, por isso o apoio do poder público para a classe feminina, que tanto lutou e luta pela garantia dos seus direitos, é fundamental na democratização do acesso aos serviços sociais, neste caso, a habitação”, concluiu Cruz.

 

Fonte: Agência de Notícias do Acre

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