(Português) Dois anos depois, afetados por tsunami seguem esperando moradias dignas

(Português) 11 de março de 2013

As escavadeiras e os caminhões se cruzam nos terrenos assolados pelo tsunami na cidade de Ofunato (noroeste), onde os trabalhos de reconstrução continuam dois anos após o desastre natural, enquanto seus habitantes vivem em alojamentos provisórios na esperança de voltarem a ter uma vida normal.

O relógio da cidade litorânea de 40 mil habitantes foi paralisado às 15h25 de 11 de março de 2011 quando foi atingido por uma onda de mais de 23 metros de altura, que causou a morte e desaparecimento de 420 pessoas.

De dia é uma cidade fantasma. Ninguém passeia por suas calçadas e não se vê nenhum carro estacionado na rua, só se ouve o barulho das escavadeiras que demolem o que ficou dos edifícios e limpam os terrenos.

Às 17h em ponto, através dos alto-falantes, soa diariamente a canção ‘Yesterday’ dos Beatles, que anuncia o final da jornada de trabalho.

É então quando a cidade muda de aspecto e os estacionamentos dos hotéis ficam cheios de veículos com placas de outras províncias vizinhas e logos de construtoras e companhias elétricas.

‘Há meses, todos os quartos estão reservados pelas empresas que trabalham aqui nas obras’, explicou à Agência Efe uma empregada do Fukutomi, um dos hotéis onde os trabalhadores se hospedam.

Apesar do desdobramento, o plano de reconstrução progride muito lento para desespero dos afetados.

O Governo ampliou recentemente o orçamento para a reconstrução chegando a 25 trilhões de ienes (208 bilhões de euros) que serão aplicados até março de 2016.

A primeira coisa que foi necessária fazer é um estudo sobre a altura que novos tsunamis podem atingir para fixar os locais de cerca de 300 mil edifícios que ficaram completos ou parcialmente destruídos no norte do país.

Nas províncias Iwate e Miyagi, se planeja construir 21 mil casas publicas, chamadas Casas de Reconstrução, mas até agora só foi feito 6% do plano.

Na de Fukushima, o objetivo é conseguir entregar em março de 2015 entre 3 mil e 4 mil imóveis, o que representa 55% do planejado.

O maior problema nesta zona afetada também pelo acidente nuclear causado pelo tsunami é encontrar terrenos adequados e saber onde será colocada a terra contaminada.

Além disso, a isto se somam os problemas burocráticos relacionados com as heranças e a titularidade dos terrenos e a falta de materiais para a construção, sobre tudo concreto.

Atualmente, 310 mil evacuados seguem vivendo nas casas temporárias no meio das montanhas e em alojamentos de aluguel facilitados pelas autoridades.

O plano de evacuação e de casas temporários foi desenhado em 2011 para um período máximo de três anos, mas o Ministério da Saúde e Bem-estar está estudando prolongá-lo um ano a mais, enquanto aumenta o mal-estar dos afetados e as críticas às autoridades.

A situação pode ser observada muito claramente em Ofunato, na província de Iwate, onde à espera de que sejam construídas 800 casas, cerca de 600 pessoas decidiram reparar suas casas por conta própria.

Mas a costa impõe desafios importantes para eles, e muitos já não se permitem voltar à zona danificada ao lado do mar porque é qualificada como ‘perigosa’.

A costa nortista é caracterizada por várias baías formadas entre montanhas, uma geografia que facilitou a alta de água após o terremoto de 9 graus na escala de Ritcher.

Isso faz com que seja muito importante construir um cais o mais rápido possível para começar a reconstrução.

‘Tiveram muita pressa em construir um muro contra tsunamis, mas isto está atrasando a reconstrução e o realojamento, além disso não foi desenhada uma estratégia de evacuação para fazer frente a uma nova tragédia’, explicou à Efe Hiroshi Ota, professor de arquitetura da universidade de Tóquio, que trabalha em vários projetos da zona.

 

Fonte: G1 Notícias

Veja fotos do Japão pós-desastre no site do G1.

Deja una respuesta

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *