Após despejo, famílias estão morando em barcos no Rio Acre

26 de fevereiro de 2013

Mandado de reintegração de posse retirou 5 famílias do Seringal Humaitá. Produtores rurais aguardam solução acampados em barcos na capital.

Famílias passaram a viver em barcos depois de despejo. Foto: Reprodução TV Acre

Cinco famílias que foram despejadas de suas casas no Seringal Humaitá, na zona rural de Rio Branco, na última sexta-feira (22),  estão instaladas em barcos às margens do Rio Acre, próximo ao Calçadão da Gameleira, Segundo Distrito da capital. As famílias viviam no local havia mais de 30 anos e tiveram suas casas derrubadas por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), após o cumprimento de um mandado de reintegração de posse.

“Nós não esperávamos, ninguém sabia de nada. Quando percebemos chegou a viatura da polícia. Ficaram 15 crianças lá e nós nem sabemos como estão as nossas famílias”, diz o produtor rural Francisco Pereira, um dos moradores da localidade.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Rio Branco, Fátima Maciel, diz que as famílias receberam multa do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) por ocupação irregular da terra, mas as punições foram resolvidas. O problema agora, segundo ela, é a negociação com o atual proprietário do lugar.

“Nós sabemos o valor que tem a nossa propriedade, a nossa casa, para que possamos ter paz com a família e aquelas pessoas estão sem paz”, enfatizou.

No início deste ano as famílias buscaram a ajuda do sindicato para iniciar o processo de regularização da terra. Uma consulta foi feita ao Ministério Público Estadual (MP/AC), porém a reintegração de posse ocorreu.

O STR pretende ingressar com uma ação judicial para que o reconhecimento da terra em favor dos produtores seja feito por parte da proprietária. Até que tudo seja solucionado, as famílias vão aguardar as providências no mesmo local em que estão em Rio Branco, às margens do Rio Acre.

O presidente do Intituto de Terras do Acre (Iteracre), Glenilson Figueiredo, informou que um levantamento das famílias que foram despejadas será feito, para saber a origem delas e dar os devidos ‘encaminhamentos’.  “Essa é uma questão particular que envolve o proprietário e a justiça. Vamos tomar conhecimento da situação e verificar o que pode ser feito”, disse.

 

Fonte: G1 Notícias

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