11 de dezembro de 2012
Agricultores são atingidos por ação judicial de desapropriação; Bope é convocado para reforçar ação
Continua a temporada de despejos contra trabalhadores rurais sem terra e, nesta terça-feira, 11, a comunidade atingida é formada por 76 famílias que ocupam a fazenda São Sebastião, município de Atalaia. Os acampados, que relatam terem sido amparados por um acordo com os antigos proprietários da usina Ouricuri, decidiram resistir à decisão judicial de desapropriação de terra.
Desde o início da manhã, policiais que compõem as guarnições do 3° Batalhão e da 3ª Companhia Independente receberam, ainda, reforços do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope). Toda a trota foi convocada com o objetivo único de retirar os agricultores da fazenda, situada no povoado de Ouricuri.
Segundo assessoria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os agricultores atuavam na Usina Ouricuri e tiveram o espaço cedido quando da falência da empresa. “Foi aberta a temporada de despejos. Depois de oito anos instalados no local, familiares de um grileiro que morreu no ano passado reivindicaram à Justiça uma liminar de reintegração de posse por meio de ‘uso capião’, e a Justiça concedeu a liminar mesmo em meio aos conflitos agrários”, explicou o assessor, Rafael Soriano.
Ainda de acordo com o MST, as famílias estão prontas para resistir contra a ação de despejo. “Chegaram mais de três ônibus com tropas de militares, mas o clima é de resistência. Estão todos prontos. Há, inclusive, assentamentos ao redor que também enfrentam essa ameaça de despejo”, emenda.
Nessa segunda-feira, 10, a falta de efetivo fez com que os policiais militares desistissem – ao menos temporariamente – de realizar mais uma ação de reintegração de posse. Os trabalhadores rurais que ocuparam o Sítio São João, em Porto de Pedras, também tiveram o despejo anunciado, mas resistiram e o cumprimento do mandado não foi feito. A polícia prometeu, entretanto, voltar com mais homens.
Fonte: Gazeta Web
Deixe um comentário