(Português) Famílias protestam por direito à moradia em Lima

(Português) 16 de novembro de 2012

por Marcio Zonta, correspondente em Lima (Peru)

Às margens dos programas de habitação famílias se organizam para reivindicar

Atualmente, 86% do setor imobiliário limenho é pensado para a classe B, impossibilitando as famílias de baixa renda adquirirem por vias mercadológicas ou programas sociais a conquista de um imóvel.

Essa situação contribuiu para o surgimento do Movimento Sem Teto de Lima (MST), que reivindica moradia digna combinada com preservação ambiental.

“Esse movimento tem pouco mais de um ano, mas já aglomera mais de dez mil pessoas em Lima, que hoje está totalmente excluída do setor imobiliário”, conta Ianina, uma das dirigentes da organização.

Grande parte dessas famílias, que vive nos extremos da cidade, é oriunda do interior do país, cujos conflitos armados entre civis e militares no início da década de 1980 e o isolamento de qualquer política pública de Estado na região estimularam à migração.

Numas das partes mais populosas da cidade, com aproximadamente um milhão e seiscentos mil habitantes, conhecida como Lima Norte, é possível observar casas que já alcançam três andares. “As famílias vão crescendo, os filhos vão casando e construindo acima dos cômodos existentes, formando habitações com grande número de pessoas para um espaço que muitas vezes não comporta”, explica o presidente do MST, José Peres.

Outro perfil das pessoas que lutam pelo acesso à moradia em Lima é caracterizado por mulheres solteiras ou divorciadas, mãe de dois ou três filhos, que não aceitam mais pagar aluguel na periferia, “85% do movimento é feminino, mães solteiras que têm dificuldade em pagar aluguel com o salário que ganham como camelô ou empregadas domésticas que varia entre duzentos e trezentos dólares mensais na informalidade”, revela Ianina.

A dirigente do movimento elenca as dificuldades para conseguir financiamento do imóvel pelas políticas de habitação do governo. “Tanto o Teto Próprio quanto o Minha Casa, os dois programas do Estado para habitação, nos exclui porque não temos conta em banco e não temos como comprovar renda ou não atingimos o salário proposto para acessar créditos do governo”, aponta.

 

Fonte: Brasil de Fato

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