Após acordo, retirada de famílias de favela em São Paulo fica para gestão Haddad resolver

09 de novembro de 2012

Após acordo, retirada de famílias de favela fica para gestão Haddad resolver. Reintegração de posse que ocorreria nesta semana foi prorrogada em reunião com o Ministério Público e a subprefeitura. Nova Secretaria de Habitação terá a responsabilidade de negociar com os moradores uma maneira de eles devolverem a indenização já paga, de R$ 2.100.

A reintegração de posse de um dos núcleos da favela da Vila Prudente, marcada para esta semana, foi prorrogada ontem (8) por 90 dias, após acordo entre o Ministério Público, os moradores e a subprefeitura da região. A prorrogação foi pedida pela 28 famílias afetadas. A desapropriação ocorreria na área entre a estação de trem Ipiranga e o Mooca Plaza Shopping, que pegou fogo em agosto.

A decisão vai ao encontro da expectativa das famílias, que pediam para permanecer no local até o início a gestão de Fernando Haddad (PT) por acreditarem que ele possa facilitar o andamento de políticas habitacionais. “Conseguimos um prazo maior e queremos negociar com a nova prefeitura para reivindicar uma coisa nossa, porque é isso que nós queremos: uma habitação regularizada”, conta a moradora Elza Miranda.

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Em reunião realizada entre os moradores e a Subprefeitura da Vila Prudente, em 31 de outubro, o chefe de gabinete Marcio Bueno afirmou que o Ministério Público estava pressionando o órgão para concluir a ação. Isso porque os afetados já haviam recebido a indenização, de R$ 2.100, referente aos sete meses adiantados de bolsa aluguel. Na reunião, os moradores reclamaram que não havia sido explicado que aceitar o benefício os impediria de permanecerem em suas casas.

O promotor Maurício Lopes, que assumiu o caso na última segunda-feira (5), negou que o Ministério Público apressasse a reintegração. “O MP nunca fica ao lado de uma ação que promova um problema social”, explicou. “O resultado da reunião foi bom. Conseguimos atender o que os moradores pediam. Agora vamos aguardar a transição do governo”.

O promotor redigiu um documento assegurando o prazo, que foi assinado pelo chefe de gabinete Marcio Bueno, pelo subprefeito da Vila Prudente, Roberto Alves dos Santos, por cinco representantes dos moradores e pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT), pela vereadora Juliana Cardoso (PT) e pelo seu assessor jurídico, Fábio Rodrigues, que fez a defesa das famílias.

O documento também assegura que a subprefeitura não sofra um processo de improbidade administrativa, por ter pago a indenização e não ter realizado a reintegração de posse. Pelo texto, ficam suspensas as próximas parcelas do bolsa aluguel para as famílias e a nova Secretaria de Habitação terá a responsabilidade de negociar com os moradores uma maneira de eles devolverem o dinheiro.

 

Fonte: Correio do Brasil

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