(Português) Espanha: O drama de quem tem de entregar a casa ao banco

(Português) 24 de outubro de 2012

Um homem de 54 anos enforcou-se esta manhã na frutaria do irmão, em Granada, Espanha. Para hoje estava marcada a ordem de despejo da sua casa por incumprimento do empréstimo habitação. Os ‘sem lar’, como já são conhecidos, multiplicam-se por toda a Espanha e, só não perdem a casa, como têm toda a vida em suspenso desde então.

Não são mendigos, indigentes ou imigrantes ilegais. Trata-se de gente de trabalho, da classe média espanhola, que a braços com o desemprego e outros dramas que nasceram na crise financeira, deixaram de conseguir pagar as prestações dos créditos habitação. No fim da linha, são despejados. Mas o pior vem depois. Até saldarem a dívida, vêem-se com penhoras de rendimentos e não podem comprar nada.

Elena Parrondo e o marido estão à beira de ficar sem casa. «Não poderei fazer um contrato de telefone, comprar um carro ou pagar um aluguer. Tudo me será penhorado», desabafa em declarações ao El Mundo. O casal vai pagar todos os dias, em todos os movimentos, o único crime que cometeu: ter caído no desemprego.

A história repete-se por todo o país. O marido de Elena trazia para casa um bom salário no sector da construção. Mas as obras pararam e atiraram milhares para o desemprego. Os mais experientes foram trocados por jovens mal pagos e com contratos precários.

Com quatro filhos para alimentar, um subsídio de mil euros e uma prestação de 680, o casal tomou a dura decisão: «Pensámos muito e deixámos de pagar a hipoteca».

O suicídio que marcou a manhã em Granada ocorreu no mesmo dia em que activistas do Movimento Stop aos Despejos estão em Maracena para mostrar solidariedade com uma mulher que vive sozinha com os três filhos e que enfrenta uma ordem de despejo a ser cumprida até dia 30.

 

Fonte: SOL

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