Fórum Social Urbano – espaço alternativo ao Fórum Urbano Mundial da UN-Habitat

06 de julho de 2012

Construímos um espaço aberto dos que lutam pela cidade dos bens comuns, alternativa à cidade-mercado do FUM da ONU-Habitat

Com a participação de cerca de trinta associados, que compõem o Comitê Organizador, especialmente com a participação de p. Alex Zanotelli, um missionário comboniano; Consiglia Salvio, Movimento pela Água; Cesare Ottolini, Coordenador geral da AIH e membro do Conselho Internacional do FSM; Mauro Forte, urbanista, a faculdade de arquitetura de Nápoles acolheu a apresentação pública do Fórum Social Urbano (FSU).

Nápoles será portanto, durante a primeira semana de setembro, a capital mundial das lutas pelo direito a moradia e à cidade dos bens comuns, envolvendo os movimentos de luta e organizações locais, nacionais e internacionais em encontros de solidariedade nos bairros populares, troca de experiencias, compartilhamento de estratégias de luta e pela criação de alternativas sustentáveis.

O FSU que terá lugar nesta cidade do 3 ao 7 Setembro 2012, nasce na verdade como uma resposta alternativa ao Fórum Urbano Mundial da ONU-Habitat (FUM). O tema chave do FUM “o futuro urbano”, mais se parece a uma feira de mercado que a uma cúpula onde os governos assumem seriamente compromissos concretos para enfrentarem à crise global urbana e da habitação. E’ por isso que a Chamada para a 2 a edição do FSU destaca a adesão aos princípios inclusivos do Fórum Social Mundial (FSM) e à necessidade de desenvolver em nível local, nacional e internacional, a convergências que tiveram início experimental e positivamente com a a Assembleia Mundial dos Habitantes (Cidade do México, 2000), posteriormente com desenvolvimento no FSU (Rio de Janeiro, 2010), na Assembleia Mundial dos Habitantes (Dacar, 2011), nas Jornadas Mundiais para o Direito ao Habitat (outubro, 2011) e na Cúpula dos Povos (Rio de Janeiro, 2012), a serem retomadas na próxima Assembleia Mundial dos Habitantes, no FSM em Tunísia em 2013. O FSU terá uma plataforma participativa, estendidas a todas as organizações e redes locais, nacionais e internacionais (como a Coalização Internacional do Habitat-HIC, No Vox e a Aliança Internacional dos Habitantes-AIH) para discutir os problemas causados pelas politicas neoliberais nos territórios.

O Comité convidou todos os interessados a assinarem a Chamada para o FSU e, especialmente, as organizações e as redes a proporem atividades dentro do quadro das quatro jornadas-tema, planeados na convergência e interação entre os níveis locais, nacionais e internacionais.

Entre as iniciativas que já constam do programa podemos encontrar: oficina anti despejos, assembléia sobre as águas como bem comun, encontros dos “endividados da casas!, da cooperativa dos habitantes, contra a criminalização dos sem teto, sobre a exclusão dos migrantes e dos nômadas, passeata contra a especulação ao longo do mar de Bagnoli, um Tribunal sobre as violações do direito a moradia em frente à sede do FUM.

Estão anunciados debates de alto nível social e científicos, incluindo um diálogo entre Edoardo Salzano, fundador do Eddyburg.it, site do urbanismo radical, e David Harvey, géografo e pensador critico de reputação internacional.

Enfim, não esquecendo, o FSU pode contar com a participação de Raquel Rolnik, Relatora Especial das Nações Unidas para o Direito a moradia e, não apenas para os debates, mas igualmente em encontros em alguns bairros populares de Nápoles onde existem dramáticas violações desse direito.

Tudo isto terá um impacto enorme para a cidade, reforçando a solidariedade entre e com as lutas locais, e contrapondo iniciativas específicas e um documento muito crítico ao texto da ONU-Habitat, cujo rascunho, anunciado previamente, é totalmente incapaz de comprometer os Governos a solucionarem as dramáticas crises urbanística e habitacional que estão sacudindo a sociedade.

Ainda assim, mesmo que a Municipalidade de Nápoles, a Região de Campânia e o Governo Italiano possam justificar o substancial apoio econômico e logístico ao FUM, e completamente injustificável e uma afronta à democracia, a falta de respostas as propostas do Comitê Organizacional para o FSU ter lugar, inclusive providenciando as infraestruturas logísticas, e acolhendo os participantes ao chegarem, de todas as partes do mundo.

Os tempo que resta não admite mais atrasos: o Comitê Organizacional lançou assim um forte apelo às instituições locais, especialmente ao Prefeito de Nápoles, à Região de Campânia e à Universidade.

O Comité convida você a assinar a Chamada online para a participação no FSU, a propor iniciativas e a dar apoio ao FSU, que é totalmente e economicamente autogerado e promovido por voluntários.

Ouçam a Coletiva de imprensa podcast em Radiolina.

Mais informações : cel. 3202363156 e www.forumsocialeurbanonapoli.org.

 

Fonte: International Alliance of Inhabitants

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *