05 de julho de 2012
O Tribunal de Justiça determinou o despejo de aproximadamente 100 famílias assentadas na fazenda Santa Rosa I, na região de Sorriso (420 km de Cuiabá). A área de aproximadamente 50 mil hectares é alvo de litígio desde 1998.
A reintegração de posse já havia sido determinada em 2008, mas acabou suspensa devido a recursos impetrados pelas famílias. A decisão mais recente é do desembargador José Silvério Gomes, que cassou a liminar que permitia a manutenção dos assentados no local.
Segundo o coordenador do Movimento Sem Terra (MST), Marciano da Silva, até o momento a ordem judicial não chegou às famílias. Ele afirma não saber como o grupo deve reagir, mas não descarta a possibilidade de conflito. “As pessoas não têm para onde ir. Tudo que possuem está lá. Numa situação como essa não dá para saber o que pode acontecer”.
Segundo ele, algumas pessoas já residem no local há mais de 12 anos. Possuem casas, plantações e pastagens bem estruturadas. Na ação, a defesa das famílias sustentou que a fazenda foi ocupada há mais de oito anos de maneira pacífica, já que, conforme eles, a área estava abandonada.
A Santa Rosa I teria sido ocupada depois que a Santa Rosa II foi desapropriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Uma área de 18 mil hectares da segunda fazenda foi invadida por um grupo quilombola e depois passou a pertencer a pequenos produtores.
O Incra chegou a avaliar a Santa Rosa I, mas os laudos técnicos determinaram que a terra não comportava a atividade de agricultura familiar. A partir de então, 27 grandes fazendeiros passaram a ocupar o local.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Lino Farias, afirmou por meio da assessoria de imprensa que ainda não recebeu nenhuma determinação para reiniciar a operação de despejo das famílias.
Fonte: Diário de Cuiabá
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