(Español) Indios intentan bloquear acceso a la Río+20 como protesta por desalojo

20 de junho de 2012

Apesar da chuva, moradores da Vila Autódromo e representantes de várias entidades se reuniram pela primeira vez nas proximidades do Riocentro. Foto: Mauro Pimentel/Terra

No primeiro dia de participação dos chefes de Estado na Rio+20, os movimentos sociais estão mais sedentos por fazer barulho. Apesar da chuva, várias entidades se reuniram pela primeira vez nas proximidades do Riocentro, onde o esquema de segurança foi reforçado para a etapa final da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Um dos maiores protestos durou a manhã inteira, mas foi dissolvido depois que os representantes conseguiram entregar um documento com as reivindicações ao ministro Gilberto Carvalho.

O protesto principal começou dentro da Vila Autódromo, ameaçada de remoção pela prefeitura, que espera construir no lugar alguns dos principais locais de competição dos Jogos Olímpicos de 2016. “É uma comunidade símbolo do processo de esquecimento da pessoas que está sendo levado a cabo para que o Brasil receba a Copa e a Olimpíada”, disse Tica Moreno, membro da Marcha Internacional das Mulheres e da articulação da Cúpula dos Povos. “Estas pessoas são ameaçadas de remoção desde a Eco92 e resistem. Queremos fazer este ato simbólico por todas as comunidades que são obrigadas a sair por causa da chamada economia verde”.

Os manifestantes chegaram até o bloqueio da polícia de choque e das forças armadas e entoaram cânticos, tiraram fotos, mas não tentaram entrar em confronto em momento algum. Até que resolveram retornar para o acesso à Vila Autódromo. No local da Conferência, 1,6 mil homens estão de prontidão para evitar qualquer perturbação.

“Acho que houve bom senso. Em momento algum impedimos manifestações, mas é preciso seguir também um protocolo de segurança da ONU e aquele bloqueio. A opção por retornar mostra compreensão”, disse o secretario de conservação do município, Carlos Roberto Osório.

A articulação da Cúpula dos Povos previa que 5 mil pessoas participaria de toda a manifestação, mas o número foi menor devido à chuva e à dificuldade de deslocamento até o Riocentro, a 30 quilômetros do centro do Rio de Janeiro.

Além dos grupos citados, a manifestação contou com grupos de índios contrários à construção da usina de Belo Monte. Boa parte dos manifestantes que participaram do protesto vai se juntar à multidão esperada na avenida Rio Branco à tarde para nova manifestação. Desta vez, são esperadas 50 mil pessoas.

Sobre a Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De hoje até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

 

Fonte: Terra Notícias

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