25 de junho de 2012
Está suspensa a reintegração de posse da fazenda Santa Rosa I, no distrito de Boa Esperança, município de Sorriso, a 550 quilômetros de Cuiabá. A ação tinha começado ontem de manhã. Apesar da suspensão, treze barracos já haviam sido derrubados por pás carregadeiras.
O desembargador José Silvério Gomes concedeu liminar em mandado de segurança impetrado por 100 famílias. A suspensão é para levantar informações junto à 2ª Vara Cível de Sorriso, de onde saiu a ordem de despejo dos sem-terra, como forma de evitar comoção social e o confronto entre policias e posseiros.
Desde as primeiras horas da manhã de ontem, quase 150 policiais, 30 viaturas, um helicóptero e armamento pesado, além de maquinas retroescavadeiras e caminhões estavam mobilizados na mega operação montada pela Polícia Militar de Mato Grosso.
Por falta de efetivo na região, grande parte da equipe designada para essa ação saiu de Cuiabá, da Força Tática e da Rotam. A expectativa era que a operação se estendesse pelos próximos sete dias, por se tratar de uma área com quase 20 mil hectares, conforme previsão da Polícia Militar.
Até ontem pela manhã, os sem-terra prometiam resistir à desocupação reclamando que se tratava de um assentamento e não de uma simples ocupação, fruto de um acordo entre o proprietário da fazenda e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), segundo Marciano da Silva, do MST.
Acontece que o proprietário voltou atrás e não quer mais vender a terra, lamentou ele. “Pode acontecer o pior”, avisou Marciano. “Já faz mais de 15 anos que essas famílias estão lá e já criaram cultura no local. Vamos resistir”.
Ele explicou que esse assentamento, que originalmente não foi reivindicação do MST, atendeu a 300 famílias sem-terra, de fora do Movimento.
Segundo informações dos sem-terra, a área está em litígio há mais de dez anos e a ordem de reintegração de posse havia sido determinada pelo Superior Tribunal de Justiça.
Fonte: Diário de Cuiabá
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