Censo 2010: mais da metade das casas não tem bueiros no entorno

25 de maio de 2012

Pesquisa analisou a existência ou não de outras nove características

Fonte: Censo 2010. O Globo/Editoria de Arte.

A pesquisa do entorno dos domicílios feita pelo IBGE no Censo 2010 divulgada nesta sexta-feira também levantou a existência ou não de outras nove características: iluminação pública, pavimentação, meio-fio/guia, calçada, arborização, identificação do logradouro, bueiro/boca de lobo, esgoto a céu aberto e lixo acumulado no logradouro. Entre os itens cuja existência é desejável, aquele mais universalizado é a iluminação pública, presente no entorno de 96,3% dos domicílios. Em segundo, vem pavimentação, com 81,7%, seguido de meio-fio/guia, com 77%; calçada, com 69%; arborização, com 68%; e identificação do logradouro, com 60,5%.

– As características do entorno dos domicílios permite ampliação da compreensão das condições de vida da população no que diz respeito a dois aspectos que nós consideramos bastante importante: a circulação da população, investigando a existência de calçadas, a exigência de pavimentação, de arborização, rampas para cadeirantes, etc., e das condições de meio ambiente, a existência de lixo a céu aberto, de esgoto a céu aberto, de bueiros, e outras características do entorno – diz a presidente do instituto, Wasmália Bivar.

Entre os quesitos cuja existência não é desejável, como esgoto a céu aberto e lixo acumulado no logradouro, os percentuais de presença no entorno foram de 11% e 5%, respectivamente. Por outro lado, menos da metade dos domicílios no país (41,5%) conta com bueiros/bocas de lobo em seu entorno.

Mais contrastes

Comparando as características do entorno com as dos próprios domicílios, aqueles domicílios considerados adequados (com acesso a rede de esgoto, abastecimento de água e coleta de lixo direta ou indireta e até dois moradores por dormitório) têm melhores percentuais também no entorno, em comparação com os domícilios semi-adequados (com apenas uma daquelas características) e inadequados.

Em relação à presença de esgoto a céu aberto, por exemplo, 5,7% dos adequados têm esse item no seu entorno, contra 26,9% dos inadequados; em relação à pavimentação, essa diferença é de 90% dos adequados contra 21% dos inadequados; quanto à identificação do logradouro, é de 68,6% dos adequados contra 17,5% dos inadequados; e, em relação à presença de calçadas, é de 80% dos adequados contra 9% dos inadequados.

Já comparando por faixa etária, os mais jovens moram em locais com estrutura pior do que os mais velhos — o entorno dos domícilios com pessoas mais jovens tem piores percentuais, como no percentual que indica a existência de calçada (59,9% contra 75,7%); arborização (63,1% contra 72,3%); e pavimentação (74,7% contra 86,3%). Segundo o IBGE, isso é explicado pelas diferenças de renda, menor entre os mais jovens.

Ranking de municípios

Na comparação pelo tamanho dos municípios, os menores (com até 20 mil habitantes) têm piores percentuais em boa parte dos itens, como em identificação do logradouro, em 43% dos domicílios nas cidades com até 20 mil habitantes, contra 79,9% daqueles localizados em cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Quanto à existência de calçada, a diferença é de 53,2% contra 82,9%; em relação à existência de bueiros/bocas de lobo, é de 26,7% contra 56,8%. Melhores percentuais, para as cidades até 20 mil habitantes, vão aparecer nos quesitos arborização, lixo acumulado e esgoto a céu aberto.

O IBGE também fez um ranking dos municípios com mais de 1 milhão de habitantes. Nele, Goiânia aparece sempre com os melhores percentuais na maioria das categorias. Está em primeiro, por exemplo, nas categorias identificação do logradouro (com 94,1%), iluminação pública (99,6%), meio-fio/guia (97,5%) e arborização (89,5%), além de ter os menores percentuais dos itens considerados não desejáveis (esgoto a céu aberto, com 0,5%, e lixo acumulado, com 2,6%). A explicação, de acordo com o instituto, é o fato de ela ter sido planejada para ser uma capital. Na outra ponta, Belém vem com os piores percentuais em quase todos os quesitos, como em identificação do logradouro (35,5%), iluminação pública (93,7%), pavimentação (69,6%), calçada (51,2%) e arborização (22,4%).

– – As cidades planejadas se beneficiam do fato de terem sido planejadas. Quando não tem planejamento, há problemas como os que nós investigamos. O fato de Goiânia e do Distrito Federal terem sido planejados é um exemplo – constata Wasmália Bivar.

A cidade do Rio de Janeiro está melhor que a média nacional em todas as categorias, menos em iluminação pública (com 96% contra média de 96,3%), e é a que mais tem bueiros/bocas de lobo (com 84,6%).

 

Fonte: O Globo

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