Mesmo com barracas destruídas, sem-teto mantêm invasão em BH

13 de maio de 2012

Famílias de sem-teto que mantêm invadido um terreno em Belo Horizonte afirmam estar sendo impedidas pela Polícia Militar de manter contato com quem está fora da área, que começou a ser desocupada na manhã de sexta-feira (11).

Integrantes da chamada ocupação Eliana Silva, no Barreiro, região oeste da capital mineira, afirmam que o clima no terreno, invadido no último dia 21, é tenso. A PM, porém, diz que a situação no local é tranquila.

De acordo com a CPT (Comissão Pastoral da Terra), braço da Igreja Católica para questões fundiárias, cerca de 300 famílias dormiram no acampamento mesmo com as barracas destruídas.

A PM derrubou o acampamento em cumprimento a uma ordem judicial de desocupação. A Prefeitura de Belo Horizonte diz que é dona do terreno, o que os sem-teto contestam.

O frei Gilvander Moreira, assessor da CPT, diz que quem saiu da ocupação quando a PM chegou está impedido de voltar. A CPT presta assistência aos sem-teto.

A dona de casa Diocélia Sousa, 24, disse à reportagem neste sábado (12) que estava sem contato com as filhas, uma menina de dois anos e outra de quatro meses, desde o dia anterior.

Ela afirmou que as crianças foram levadas pela avó quando começou a confusão e, segundo ela, não podem ser amamentadas. “Estou com os seios cheios e doendo”, disse Sousa. Ela afirma que se sair para amamentar, não poderá voltar.

“Preciso lutar por um futuro melhor para elas. Estou aqui porque preciso. Tem dez dias que fui despejada porque não tive condições de pagar o aluguel. Não tenho para onde ir”, disse, orientada pelo frei da CPT.

O tenente-coronel José Amilton Campos, comandante do Batalhão de Policiamento de Eventos da PM mineira, confirmou que a entrada de quem já saiu está proibida. No entanto, disse que ter aberto exceção para casos como o de Diocélia.

JUSTIÇA

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais negou na noite de ontem o pedido da Defensoria Pública e manteve a desocupação do terreno.
O advogado Elcio Pacheco também tentou revogar a ordem de despejo, mas, segundo a CPT, só terá uma resposta na segunda-feira (14).

O frei Gilvander Moreira disse que outros três recursos contra o despejo serão protocolados neste sábado e que a Defensoria Pública dará entrada em uma ação civil pública.

 

Fonte: Jornal Floripa

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