Moradores de Barreiros protestam contra desocupação (PE)

08 de maio de 2012

As galerias da Assembleia Legislativa de Pernambuco estavam cheias na tarde de hoje. Com faixas que traziam frases indignadas como “Revolta é pouco para esse circo” ou “Barreiros não tem prefeito?” moradores da cidade de Barreiros, zona da mata do estado, que viviam à beira do rio Una protestaram contra a ordem de despejo que receberam.

Essa região da cidade foi fortemente atingida pelas chuvas e sofreram com alagamentos nos anos de 2010 e 2011. Para solucionar o problema o governo determinou a desocupação da área e transferência dos moradores para outros bairros e construção de outras 4 mil casas dentro da Operação Reconstrução.

As famílias presentes na Assembleia, reclamaram, entretanto, que isso vem sendo feito de forma impositiva e sem o pagamento de indenizações. A denúncia foi oficializada em plenário pelo deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) que visitou o local na semana passada. Ele comentou que famílias que viviam em casas avaliadas em mais de R$ 200 mil foram obrigadas a se mudar para outras de 36 metros quadrados e teto de zinco. “Em muitas casas, várias famílias estão precisando conviver juntas”, disse.

O governo alegou que as habitações estavam em situação irregular. O deputado rebateu afirmando que há casas que foram construídas há mais de 80 anos, em terreno doado pela prefeitura e cujo IPTU era pago. “Eu sei que muita gente se contrapõe, diz que os locais são distantes. Mas a gente vai criar novos centros urbanos. Pela primeira vez será uma ação para resolver o problema”, falou o líder de governo na Assembleia, deputado Waldemar Borges (PSB).

Ele completou que há uma comissão que analisa caso a caso e as famílias que não se enquadram no Minha Casa Minha Vida por possuírem renda superior, serão vistas separadamente. O líder de oposição na Assembleia, deputado Antônio Moraes (PSDB) se comprometeu a solicitar uma comissão especial para acompanhar o solucionamento dessas duas questões.

Meio Ambiente

Os moradores de Barreiros reclamaram ainda que das três áreas da cidade desocupadas para construção desses novos centros, uma faz parte de reserva ambiental. Trata-se do Engenho do Macaco.

 

Fonte: Diário de Pernambuco

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