É chave por chave

Famílias atingidas pela duplicação da Avenida Tronco não deixarão suas casas antes deestarem prontas as residências para onde serão removidas


A prefeitura de Porto Alegre quer iniciaras obras de duplicação da Avenida Tronco(no bairro Cristal, Zona Sul da Capital)no próximo mês de Abril, mas até agoranão disse para onde irão todas as famíliasatingidas. E pior: nem sequer começouqualquer obra de construção de casas ouapartamentos populares para serem asnovas moradias das pessoas. Segundo aPrefeitura de Porto Alegre, as obras dasmoradias iniciam somente em outubro.

Até o momento, a prefeitura adquiriu20 terrenos no Cristal. Destes, 17 foramindicados pela comissão de moradoresda Vila Cristal e Divisa e, os outros 3,foram adquiridos pelo governo na AvenidaJacuí. No entanto, todos esses terrenossão poucos para atender as 482 famíliascadastradas nesta região, já que partedelas quer se mudar para casa e não paraapartamento. Segundo a prefeitura, casasnão serão construídas num primeiro momentodevido à falta de terreno na região.

Ora, há as cocheiras do Jóquei; uma partedesta área resolveria a situação de quemquer casa e não apartamento. Ou será quea prefeitura entende que as cocheiras é sópara ricos e que virão de fora do Cristal?Outra questão já afirmada pelo prefeito dePorto Alegre é que a avenida Tronco nãoé prioritária para que a Copa aconteçaem Porto Alegre. Então prefeito, por quea pressa? Construa primeiro as moradias edepois faça as obras! É Chave por Chave!

Sobre a área do jóquei, a prefeituratirou o corpo fora e diz que a responsabilidadeé do governo estadual. Mas averdade é que agora a responsabilidade éda prefeitura, uma vez que aprovação deprojetos, contrapartidas, índices construtivose principalmente, de gravame de Áreas Especiais de Interesse Social sãoresponsabilidade e atributos do municípiode Porto Alegre. Ou seja, hoje é responsabilidadedo prefeito José Fortunati. Aempresa Multiplan quer construir 20 torresde edifícios na área das cocheiras do Jóquei,para quem? Nenhum dos edifícios épara os moradores que serão atingidos peladuplicação da Avenida Tronco. Por quê?

A situação real é que não há uma únicahabitação construída para as famílias aserem desalojadas e nem foram desapropriadostodos os terrenos necessários paraalojar os afetados. Por isso que na assembleiado dia 14 de Fevereiro, os moradoresdo Cristal reforçaram o compromisso de “Échave por chave”: ou seja, somente deixarãoas suas casas quando tiverem umaoutra casa, no bairro em que quiserem,para onde ir em definitivo e que esteja nonome dos moradores reassentados. E agoraque foi confirmada a retomada das obras noBeira-Rio, pode crer que o bicho vai pegar!

Fonte: Boletim do Comitê Popular Cristal da Copa 2014 (Porto Alegre – RS)

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