Famílias sem terra estão ameaçadas de despejo no município de Ecoporanga (ES)

11 de abril de 2012

No último dia 26 de março, 300 famílias do MST, ao abrirem a Jornada Nacional de Lutas de Abril, ocuparam o latifúndio Fazenda Vista Alegre/Ricardo, localizada no município de Ecoporanga, no Espírito Santo.

No entanto, desde o dia 3 do mês de abril, os acampados foram notificados da decisão judicial a favor da reintegração da posse para o dia seguinte (4). Todavia, as famílias Sem Terra haviam conseguido adiar a execução da liminar para a segunda-feira (9) seguinte, ao decidirem resistir até que o poder público garantisse a elas o direito constitucional de acesso à terra por meio da Reforma Agrária.

Apesar da ordem de despejo já concedida pela justiça, a reitegração de posse ainda não ocorreu. Entretando, a decisão judicial continua valendo e as famílias correm o risco de serem despejadas a qualquer momento.

Desde a liminar concedida pela justiça, as famílias Sem Terra passaram a receber ameaças freqüentes e agressivas de intimidação.

Histórico

A área da Fazenda Vista Alegre são terras públicas do Córrego Oswaldo Cruz, no patrimônio do Bagre. A história deste latifúndio foi marcada pela violência e agressividade que expulsou os moradores da comunidade ao longo dos anos e que ainda hoje continua com os mesmos métodos de acumular riqueza, massacrando a vida das famílias que resistem na região.

Em 1962, esta terra de patrimônio público, foi doada para a Igreja Católica, onde foi fundada a comunidade e o cemitério. O processo conduzido pelo fazendeiro, Silval Faustino Ferreira e sua esposa Angela Maria Dal´col Ferreira, caracteriza-se como grilagem de terras e se deu anexando ilegalmente à sua propriedade, sempre sob violência e ameaças, as terras de posse das famílias ali residentes, inclusive com a extinção do cemitério local, onde historicamente eram enterrados os entes da comunidade.

Diante deste histórico, precisamos sensibilizar toda a sociedade para mais este crime que o latifúndio, com apoio do estado, está prestes a concretizar contra os camponeses.

A resistência das famílias depende da nossa capacidade de organização social. É a jornada nacional do MST em denúncia ao massacre dos 19 companheiros de Eldorado de Carajás em 1996, e a todos outros massacres e conflitos de terra que permanecem no campo, pela falta de uma Reforma Agrária ampla e popular, que democratize o acesso à terra, à renda e às riquezas produzidas.

Dizemos não a este modelo agroexportador que concentra terras, riqueza ampliando as desigualdades e a pobreza, envenena e destrói o meio ambiente, voltado para o lucro e não para a atender as necessidade do povo brasileiro.

Fonte: Site do MST

 

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