(Português) 04 de abril de 2012
Um dia após anunciar ter 30% das obras concluídas, o estádio do Corinthians para a Copa-2014, em Itaquera, foi invadido por centenas de manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).
O grupo, que ficou no local entre 11h e 12h30, quando a construção da arena na zona leste de São Paulo foi paralisada, lançou nesta quarta-feira o que chamou de campanha nacional «Contra os Crimes da Copa». A ação deve ser repetida em outras cidades.
Manisfestacão de integrantes do MTST contra a Copa-2014 nas obras do estádio do Corinthians em Itaquera
A «Resistência Urbana» diz que o objetivo é «denunciar como as ações empreendidas para a preparação da Copa prejudicam a grande maioria da população brasileira». Além disso, busca propor um plebiscito popular sobre os temas ligados ao torneio de daqui a pouco mais de dois anos «para que todos possam opinar acerca das decisões».
Os três pontos criticados são: a) os despejos e remoções relacionados às obras dos megaeventos (incluindo a Olimpíada do Rio, em 2016); b) o uso de dinheiro público para os megaeventos; e c) a ingerência da Fifa contra soberania do país.
Protesto levou faixas e até batucada na arena que vem sendo erguida na zona leste de SP
Mais tarde, a Odebrecht, empresa responsável pelo Itaquerão, palco da abertura do Mundial, divulgou um comunicado oficial sobre o ocorrido.
«A Odebrecht Infraestrutura confirma que um grupo de pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto invadiu nesta manhã o canteiro de obras do estádio do Corinthians, realizando uma manifestação. Durante a permanência dos invasores, entre 11h e 12h30, as obras foram paralisadas pela Odebrecht, como precaução contra acidentes. A empresa dialogou para que os manifestantes deixassem a área da obra, o que de fato aconteceu, possibilitando a volta do ritmo normal de trabalho.»
Os manifestantes já haviam se reunido esta semana na capital paulista. Na segunda, interditaram parcialmente a avenida do Imigrante Japonês, na zona oeste, e o bloqueio causou lentidão. A caminhada começou em Taboão da Serra e chegou a São Paulo pela avenida Professor Francisco Morato, interditando duas faixas da via.
O destino dos manifestantes era o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, onde pretendiam exigir do governo estadual a suspensão do despejo dos sem-teto de dois terrenos ocupados em março deste ano, em Santo André e em Embu das Artes.
Fonte: Folha de S. Paulo
Deja una respuesta