América do Sul e Central

Moradores de Itaquera denunciam exclusão social em obras da Copa em SP

Suzana Vier

São Paulo, 30 de julho de 2011

 Militantes de movimentos sociais e moradores da região de Itaquera,
zona leste de São Paulo, protestaram neste sábado (30) contra o uso de
recursos públicos em obras da Copa de 2014. A manifestação ocorreu em frente
à estação Corinthians-Itaquera do Metrô. Somos contra o repasse de recursos
públicos para obra privada?, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador estadual
do Centro de Movimentos Sociais e integrante do Comitê Popular da Copa.

Vamos ter mais ou menos R$ 900 milhões investidos nessa obra e quase
todo o valor vindo de recursos públicos. Quanto a empresa Corinthians vai
investir, questiona o ativista. Em 2007, o presidente da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, havia assegurado que não
seria necessário haver verbas do Estado em um torneio organizado por sua
entidade, privada. 

MP questiona demolição de cobertura do Maracanã

O procurador Maurício Andreioulo, do Ministério Público Federal (MPF), informou que deve ingressar nesta sexta-feira ou no máximo segunda com uma ação civil pública contra o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por ter permitido a demolição da marquise do Maracanã, obra que faz parte da reforma do estádio visando a Copa do Mundo de 2014.

Dinheiro dos estádios resolveria coleta de esgoto em metade das sedes

O dinheiro público que será gasto nos estádios da Copa seria suficiente para zerar o déficit de coleta de esgoto em pelo menos seis das doze cidades-sede do Mundial. Levantamento elaborado pelo Instituto Trata Brasil aponta que Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Natal, Salvador e Rio de Janeiro teriam condições de universalizar o acesso à coleta com o dinheiro que será usado nos estádios.

Copa do Mundo e Olimpíada: benefício para poucos

A transformação do esporte em negócio e a lista de exigências feitas pelas federações internacionais para os países-sede de uma Copa do Mundo ou Olimpíada têm gerado lucros exorbitantes, mas somente para a Fifa, o COI e seus patrocinadores. Para as nações, quase nada sobra. É o que afirma o geógrafo Christopher Gaffney, texano radicado no Rio de Janeiro e professor visitante da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense.

Copa já tem data, mas dirigentes enfrentam protestos

Em um dia de protestos pelo Twitter contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciaram nesta quarta-feira (27), no Rio de Janeiro, que a Copa de 2014 começará em 12 de junho e terminará em 13 de julho. A Copa das Confederações, em 2013, será disputada de 15 a 30 de junho. Ainda não há anúncio oficial sobre as cidades que receberão o torneio de 2013, muito menos sobre o Mundial de 2014. Existe atraso praticamente generalizado na maioria das obras.

Exclusivo: tudo o que se discute na Lei da Copa

A minuta da Lei Geral da Copa, em estudo pelo governo federal, prevê a permissão para que juizados especiais sejam instalados para os jogos do Mundial de 2014. Mecanismo semelhante existe nos aeroportos brasileiros desde o apagão aéreo de 2007, quando dezenas de queixas foram registradas contra as empresas aéreas.

Porto é “maravilha”, mas para poucos

No início do mês, o Fórum Comunitário do Porto, composto por uma série de entidades e associações, divulgou o “Relatório de Violações de Direitos e Reivindicações”. Com 46 páginas, o documento é um apanhado de arbitrariedades cometidas pelo poder público na região portuária do Rio de Janeiro, em decorrência das obras preparatórias para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A propalada reforma na área, proposta pela Lei Complementar 101/2009, cria o Porto Maravilha, que futuramente será gerido pela maior parceria público-privada do país. O objetivo seria a atração de turistas e investimentos. Entretanto, já há muitos indícios de que se tornará uma região privada da cidade, e que os atuais ocupantes, em sua maioria pobres, serão pouco a pouco expulsos do local.

Megaeventos e a negação da participação popular

Os megaeventos esportivos que acontecerão no Brasil nos próximos anos são trampolins para processos de transformação urbana. Mas a euforia e o brilho midiático em torno deles ofuscam um ponto central para garantir o direito à cidade: a participação popular. As sedes escolhidas para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 estão sob toda a ordem de especulações e disputas por recursos para a transformação delas em arenas mercantis para o esporte globalizado. São dinâmicas que aprofundam a segregação sócio-espacial e, em grande medida, representam um retrocesso nos avanços que o campo popular e democrático vem acumulando, ao longo de quase três décadas, no que tange as discussões sobre controle e regulação social das nossas cidades.

Público privado

O “convite” para adaptar o projeto de seu futuro estádio para receber a abertura da Copa do Mundo de 2014 rendeu ao Corinthians investimento de R$ 935 milhões do poder público, por enquanto. Novas exigências da Fifa não incluídas no orçamento devem aumentar essa conta.

Ministério Público suspende desapropriações para VLT em Fortaleza

O Ministério Público Federal (MPF) do Ceará entrou ontem (20) com uma ação civil pública pedindo ao governo do estado a suspensão das desapropriações para as obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que será construído em Fortaleza para a Copa de 2014.