Fábio Grellet
Rio de Janeiro, 04 de julho de 2011
Dois escritórios de arquitetura querem impugnar o resultado do concurso Porto Olímpico, que definiu o projeto das instalações a serem construídas na região portuária do Rio para a Olimpíada de 2016. Eles acusam o vencedor da disputa de ter acesso a informações privilegiadas sobre o concurso.

Vista geral do projeto desenvolvido por João Pedro Backheuser em parceria com um escritório de Barcelona
O processo seletivo, promovido pelo IAB-RJ (Instituto dos Arquitetos do Brasil, unidade Rio) em parceria com a Prefeitura do Rio, foi vencido por João Pedro Backheuser, integrante do conselho deliberativo do órgão. O resultado foi divulgado no dia 28.
Para o designer Ricardo Antonio, dono do escritório Ricardo Antonio Design Studio, Backheuser foi beneficiado por ter contato privilegiado com organizadores e julgadores do concurso.
Em parceria com um escritório australiano, Antonio encaminhou nesta segunda-feira ao Ministério Público um pedido de investigação do caso. Como a denúncia foi enviada pela internet, o órgão ainda não tinha confirmado o recebimento até o início da noite. Na terça, o designer pretende apresentar uma reclamação direta ao IAB-RJ.
“Backheuser coordena um outro concurso do IAB-RJ, e a família dele é dona da construtora que vai executar a obra. São muitas ligações irregulares”, diz Antonio.
A coordenadora do concurso, Norma Taulois, nega que tenha havido favorecimento. “O edital não proibia a participação dele, e os jurados avaliaram cada projeto sem saber quem era o autor, porque foram numerados”, diz. “Nunca houve informação privilegiada.”
Procurada, a Prefeitura do Rio não quis se manifestar. O arquiteto vencedor do concurso não foi encontrado pela reportagem.
Fonte: Folha de S. Paulo
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