23 de janeiro de 2013
Grupo de cerca de 100 pessoas está na sede do escritório, na zona sul de São Paulo, para relatar ameaças de despejo de área no interior e pedir para ex-presidente interceder
Moradores do assentamento Milton Santos, localizado entre Americana e Cosmópolis, na região de Americana, no interior paulista, invadiram na manhã desta quarta-feira, 23, por volta das 7 horas, a sede do Instituto Lula, no Ipiranga, na zona sul de São Paulo. De acordo com a assentada Roseane dos Santos, cerca de 100 moradores estão no local.
Segundo Roseane, o grupo, que vive no assentamento há sete anos, vem há seis meses sofrendo ameaças de despejo, e a ocupação foi o modo encontrado para pressionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a interceder por eles junto à presidente Dilma Rousseff. O objetivo dos moradores é que Dilma assine um decreto de desapropriação por interesse social e assim encerrar as disputas pela propriedade da área. Roseane disse que o grupo foi assentado durante o mandato de Lula.
De acordo com o advogado do grupo, Vandré Paladine Ferreira., o terreno está em disputa judicial entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a família proprietária da área, mas uma decisão da Justiça, em junho de 2012, ordenou a desocupação do local a partir do fim deste mês. “O governo tem desapropriado (áreas) para a Copa, para a Olimpíada e está fazendo jogo duro para desapropriar um terreno de 104 hectares”, reclamou o advogado.
Os funcionários do Instituto Lula foram impedidos de entrar no prédio e, por volta das 10h45, aguardavam do lado de fora do imóvel. “O engraçado era que, há 50 anos, éramos nós que fazíamos essa ocupação. A gente entende”, disse um funcionário que não quis se identificar. No mesmo horário, havia no local apenas um carro da Polícia Militar (PM) e um da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não veio para o escritório, mas já foi comunicado da invasão.
Questionada sobre qual seria a condição para deixar o Instituto Lula, Roseane afirmou: “Só vamos sair com a assinatura do decreto”. Ela não descartou que o grupo possa acampar no local. “Estamos dispostos a tudo.”
Fonte: O Estado de São Paulo
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