(Português) 01 de abril de 2013
A plataforma de Afetados pela Hipoteca levou as manifestações para a porta de casa dos políticos. O Ministério do Interior deu ordem para identificar ativistas, algo considerado pela própria Polícia como uma “barbaridade”.
Chamam-lhe escrache. Um tipo de protesto, com origem na Argentina, baseado na interpelação direta de representantes públicos. Nas últimas semanas, foi essa a forma adotada pela Plataforma de Afetados pela Hipoteca (PAH) para denunciar os políticos que não apoiam a Iniciativa Legislativa Popular (ILP) contra os despejos que apresentaram no Congresso espanhol e que contou com mais de um milhão de meio de assinaturas.
Foi assim que as manifestações se deslocaram para a porta de casa dos políticos. Entre os visados pelos ativistas estiveram o ministro da Justiça, Alberto Ruiz Gallardón, e o vice-secretário do PP, Esteban González Pons. Apesar dos integrantes da Plataforma garantirem que as ações decorreram de forma “pacífica”, a nova forma de pressão motivou várias denúncias por parte de membros do PP, que consideraram o escrache uma forma de assédio pessoal.
A polémica subiu de tom quando a delegada do Governo de Madrid, Cristina Cifuentes, criticou “a estratégia política radical” da PAH e insinuou que a organização teria ligações com grupos próximos à ETA. A Plataforma equaciona denunciar a delegada e sublinha que a PAH não “incita agressões”. “Não podemos ficar de braços cruzados enquanto o PP despreza o grito popular”.
A nova estratégia de protesto surge quando faltam poucos dias para o início do debate no Congresso de Deputados da ILP apresentada pelos afetados pelas hipotecas, que prevê a paralisação dos despejos e pretende forçar os bancos a aceitar a entrega da casa como forma de pagamento das dívidas.
Fonte: Jornal de Notícias
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