Na mídia

Porto é “maravilha”, mas para poucos

No início do mês, o Fórum Comunitário do Porto, composto por uma série de entidades e associações, divulgou o “Relatório de Violações de Direitos e Reivindicações”. Com 46 páginas, o documento é um apanhado de arbitrariedades cometidas pelo poder público na região portuária do Rio de Janeiro, em decorrência das obras preparatórias para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A propalada reforma na área, proposta pela Lei Complementar 101/2009, cria o Porto Maravilha, que futuramente será gerido pela maior parceria público-privada do país. O objetivo seria a atração de turistas e investimentos. Entretanto, já há muitos indícios de que se tornará uma região privada da cidade, e que os atuais ocupantes, em sua maioria pobres, serão pouco a pouco expulsos do local.

Megaeventos e a negação da participação popular

Os megaeventos esportivos que acontecerão no Brasil nos próximos anos são trampolins para processos de transformação urbana. Mas a euforia e o brilho midiático em torno deles ofuscam um ponto central para garantir o direito à cidade: a participação popular. As sedes escolhidas para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 estão sob toda a ordem de especulações e disputas por recursos para a transformação delas em arenas mercantis para o esporte globalizado. São dinâmicas que aprofundam a segregação sócio-espacial e, em grande medida, representam um retrocesso nos avanços que o campo popular e democrático vem acumulando, ao longo de quase três décadas, no que tange as discussões sobre controle e regulação social das nossas cidades.

Público privado

O “convite” para adaptar o projeto de seu futuro estádio para receber a abertura da Copa do Mundo de 2014 rendeu ao Corinthians investimento de R$ 935 milhões do poder público, por enquanto. Novas exigências da Fifa não incluídas no orçamento devem aumentar essa conta.

Dupla Cabral-Eike aterroriza população pobre de São João da Barra, que será expulsa de suas terras

Diversos videos que circulam pela internet mostram que cerca de 1.500 famílias de pequenos agricultores da região do Açu, em São João da Barra, na Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, estão tendo suas terras desapropriadas pela Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do RJ) para construção de um Distrito Industrial, que ficará anexo ao Complexo Portuário do empresário Eike Batista.

Ministério Público suspende desapropriações para VLT em Fortaleza

O Ministério Público Federal (MPF) do Ceará entrou ontem (20) com uma ação civil pública pedindo ao governo do estado a suspensão das desapropriações para as obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que será construído em Fortaleza para a Copa de 2014.

Governo de SP muda discurso e colocará dinheiro público no Itaquerão

Após passar dois anos dizendo que não colocaria dinheiro público em estádio, o governo de São Paulo voltou atrás e anunciou, ontem, que bancará a ampliação do estádio do Corinthians para receber a abertura do Mundial.

PFDC disponibiliza respostas prestadas por autoridades à Recomendação feita ao Comitê Gestor da Copa

Informativo da PFDC

Brasília, 20 de julho de 2011

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF) encaminhou, em abril deste ano, Recomendação às autoridades públicas que compõem o Comitê Gestor da Copa a fim de que adotem as medidas necessárias para prevenir violações de direitos humanos advindas com os empreendimentos dos próximos megaeventos esportivos que terão sede no Brasil.[…]

Kassab vai a Itaquera assinar isenção

Hoje o prefeito Gilberto Kassab sanciona a lei que concede incentivos fiscais de até R$ 420 milhões para a construção do estádio. E o Corinthians anunciou ontem ter chegado a acordo com a Odebrecht para tocar a obra, contratada em regime de preço fixo e orçada em R$ 820 milhões.

Justiça veta rede hoteleira idealizada por governador do DF

A Justiça decidiu pela suspensão de um polo hoteleiro idealizado pelo governador do Distrito Federal, Agnello Queiroz (PT), em nome da organização da Copa do Mundo de 2014, informou o jornal “Estado de S. Paulo”.

Construção de teleférico no Morro da Providência gera polêmica entre moradores no Rio

Moradores do Morro da Providência, no centro do Rio de Janeiro, realizaram um protesto nesta terça-feira (19) na comunidade para evitar a demolição da praça Américo Brum, a principal da favela, que dará lugar a uma estação de teleférico a ser construído no local. As obras fazem parte do projeto Porto Maravilha que tem a iniciativa de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro. Contudo, muitos moradores criticam a falta de diálogo e informação sobre as obras e argumentam que o único espaço de lazer da comunidade será destruído.